A Prefeitura de Saquarema planejou um Carnaval da Família, com algum acerto, como o fim do trio elétrico na Orla da Lagoa, que só trazia sujeira e barulho para os moradores dos bairros do Areal, Castelinho e Gravatá. Acerto também na fiscalização do Decreto Municipal 006, de 2001, que proíbe o uso de equipamentos sonoros em veículos particulares, com intensidade acima dos limites permitidos, em locais públicos. Neste caso, os infratores ficam sujeitos à multa e retenção do veículo. Com isso, os terríveis carros com malas abertas cheias de caixas de som despejando música de baixa qualidade praticamente desapareceram do município, limitando-se a poucos locais, como em Jaconé, onde quase não houve fiscalização.
Também foi combatido o uso de veículos automotores na areia das praias, cuja proibição está na Lei 938, de 2009. Neste caso os veículos infratores também estão sujeitos à apreensão do veículo. E proibição ainda quanto à presença de cães e demais animais domésticos nas praias, prevista na mesma lei, ficando o dono sujeito ao recolhimento do animal ao depósito público e demais sanções legais.
Já em obediência ao Decreto Municipal 681, de 2007, foi proibida a venda de cerveja, refrigerante e bebidas em geral em embalagem de vidro, sujeito à multa e apreensão das mercadorias, assim como proibida a prática de acampamento nas praias de Itaúna e da Vila (Decreto Municipal 812, de 2009). E foi proibido durante o carnaval, atirar água, spray de espuma, farinha e substâncias que comprometam a saúde e a segurança das pessoas (Decreto Municipal 1.024, de 2011), além do uso de cerol nas linhas de pipas, papagaios ou assemelhados (Lei n° 1.172, de 2011), sujeito à multa, sendo que quando o infrator for menor de idade, os pais serão, para todos os efeitos, os responsáveis.
Proibição em Bacaxá e engarrafamento em Jaconé
O carnaval de 2013 melhorou no geral, mas foi infeliz em Bacaxá, com a proibição do tradicional Bloco das Piranhas, na Rua Pereira. Organizado pelo Nelsão, um comerciante local, a diversão carnavalesca conta com o apoio de muitos empresários do bairro e não prejudica ninguém. É o tipo de diversão autossustentável, que se mantém há anos. Tanto que a proibição do Bloco das Piranhas não deu certo e o bloco saiu de qualquer jeito, mesmo proibido… Aliás, o desfile do Bloco das Piranhas, tradicional em tantas cidades e até aqui ao lado, em Araruama, constava inclusive do folheto distribuído pela Prefeitura. A proibição de última hora só serviu mesmo para atrasar a brincadeira e impedir o clima de confraternização que sempre pairou sobre as piranhas, as famílias, jovens e crianças que saem para brincar na Rua.
Por outro lado, se sobrou guarda municipal e até polícia no Bloco das Piranhas, em Bacaxá, faltou fiscalização em Jaconé, onde o comércio irregular invadiu mais uma vez a praia em frente à Rua 96, fechando a esquina mais importante do bairro, por onde passa todo o trânsito, tanto em direção ao Rio de Janeiro como para o centro de Saquarema. Ali houve tumulto, com carros parados durante horas, enquanto fantasiados de piranhas subiam em cima dos carros e ônibus, com brincadeiras de mau gosto por todo lado. Sem fiscalização, Jaconé virou terra de ninguém, com um palanque com música eletrônica se esgoelando na praia, atrapalhando também o trânsito na orla, que poderia ter funcionado como um escapa do tumulto da esquina da rua 96.
O comércio informal justamente neste local da praia, em frente à Rua 96, deveria ser proibido e o palanque deveria ficar mais longe da esquina, para liberar o trânsito de carros, ônibus e ambulâncias. Apesar de tudo, o carnaval de Jaconé foi o mais animado do município, com o desfile de blocos como o Camarão, o Que Merda é Essa, o Sirikissamba, o Rama, o Manguaça, o Sambaaqui, o Magno e outros. A queixa foi sobre o congestionamento gigante no bairro e a necessidade de construção de uma nova ponte sobre o Canal Salgado, para fazer fluir os veículos…
A má propaganda não vendeu o produto
No centro da Vila, que já abrigou grandes desfiles carnavalescos – com os antigos blocos do Grilo, Reco-Reco, Gaiola das Loucas e outros – o Bloco do Truco se virou para desfilar, driblando as proibições e culminando em seu barracão, onde realizou uma grande folia. O Saquabloco circulou, arrastando uma multidão, culminando com farta distribuição de água, jogada do alto de um carro pipa sobre os foliões. Na orla da Praia da Vila, um caminhão vendeu milhares de latas de cerveja, prejudicando o comércio, numa disputa desigual. No Verde Vale, o Tigre deu o tom. Em Itaúna, vários blocos, entre eles o célebre Virgens de Itaúna, fizeram vibrar os foliões. Aliás, Itaúna recebeu um tratamento privilegiado; a maioria dos policiais e guardas municipais estavam lá.
Em Barra Nova, três blocos se revezaram: Estamos a Bordo, Bate Mal e o novato Bloco da Raposa. No Coqueiral, dois blocos arrastaram os foliões: Bloco do Galo e Frutos do Coqueiral. Na restinga de Jaconé, o Afoguei o Ganso, também alegrou moradores e veranistas, à beira do mar. Foi, enfim, um carnaval alegre e descontraído. Mas o povo ressentiu-se de não ter a banda com bonecos gigantes, na abertura do carnaval, na Vila, como sempre vinha ocorrendo nos últimos anos. O carnaval exuberante que se esperava, já surgiu totalmente ao contrário no outdoor colocado em algumas avenidas. Com um desenho fraco sobre um fundo branco, serpentinas e confetes desmilinguidos, com baixa criatividade e capacidade de invenção, o out door anunciou um carnaval sem brilho e emoção.
No Boqueirão, o Bloco Escangalhados, sob a liderança do próprio secretário de governo Hamilton Pitico e seu filho Guilherme Pitiquinho, arrematou a temporada carnavalesca na Quarta-feira de Cinzas. Os pontos positivos do carnaval 2013 foram: o Baile dos Idosos, no Pedacinho do Céu e as matinês no Clube Saquarema e na Cinea Fest House, que trouxe a atriz mirim Larissa Manoela, a Maria Joaquina da novela Carrossel, exibida pelo SBT; os banheiros químicos , apesar da necessidade de aumentar o números deles no ano que vem; o atendimento médico nos postos de saúde de plantão e no hospital de Bacaxá; o Serviço Salvamar que se esmerou para atender os chamados de emergência, assim como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros; a animação dos desfiles de blocos em vários pontos da cidade e nos bairros, com baixíssimo índice de brigas e violência em geral; o clima, o tempo, o sol, as praias, a lagoa e as noites quentes que embalaram o carnaval, apesar da superpopulação, quando a população pulou de 70 para cerca de 300 mil pessoas em Saquarema. A destacar ainda o serviço de coleta de lixo que funcionou a contento. Assim, pode-se dizer que o saldo foi muito bom.
Realmente poderia ter sido melhor…trânsito em mão dupla enfrente à polícia. Eu acho que ela deveria ter colocado um palanque só com marchas de carnaval.aí sim seria carnaval da família, não proibir os blocos.sinceramente estou pensando muito bem se passarei ano que vem aí…
Carnaval da família??? Balela. Alguém perguntou a alguma família se queria parar de brincar o carnaval as 8 da noite na Vila??? Perguntaram a quem saiu a noite com crianças para ficarem no calcadão da Vila, o que se ouvia de musicas de carnaval ou qq outra musica no calcadão lotado mas em total silencio??
O carnaval foi um festival de omissões enquanto Marica optou por dar uma aula de carnaval a tds as cidades da Região dos Lagos. A prefeita (que deve ter passado um senhor carnaval longe daqui) fechou os olhos e deixou Saquarema a ver navios.
Não vê quem não quer, eu não conheci UM, repito, uma pessoa que não tenha reclamado do total descaso com o feriado do carnaval de Saquarema, claro, que quem depende da prefeitura ou puxa um senhor saco da prefeita falou que esta atitude passiva da prefeitura ou da prefeita foi o máximo.
So uma palavra define o carnaval desse ano: DEPLORÁVEL
Tomara que a atitude, de não vir mais pra cá nesta data, de vários turistas que aqui vieram, alugaram casas, deixaram recursos não se torne realidade.
Marcus Leite – Cidadão Saquaremense