Desde o seu surgimento, a Petrobras sempre foi alvo da ambição internacional. Criada em 1953, pelo presidente nacionalista Getúlio Vargas, a Petrobras é hoje a quinta maior empresa petroleira do mundo, abaixo apenas de duas americanas, a Exxonmobil e a Apple, e de duas chinesas, a Petrochina e a ICBC. Gigante por natureza e pela força do trabalho e da criatividade dos brasileiros, ao longo de décadas a Petrobras se consolidou como a primeira empresa petrolífera a dominar a tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas. Entre outras proezas, a Petrobras descobriu a camada do Pré-Sal, tornando maior ainda o seu potencial de expansão, ultrapassando a marca de 500 mil barris por dia! Em março, a estatal brasileira atingiu recorde no refino e anunciou a captação em euros no valor de 12 bilhões, recorde entre países emergentes. E anunciou, recentemente, a maior captação internacional de sua história, 11 bilhões de dólares.
Com este perfil em ascensão, é no mínimo estranho observar a Petrobras na berlinda, envolvida em denúncias de corrupção produzidas por meio de delação premiada feita por um ex-diretor, num período eleitoral como o que estamos vivendo. É da mesma gloriosa Petrobras que estamos falando? A Petrobras que cooperou para recuperar e alavancar a indústria naval brasileira, que também se transformou em uma das maiores do mundo? Episódios como o da compra de Passadena, uma refinaria nos Estados Unidos, ou a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, têm que ser investigados a fundo e não da forma sensacionalista como vem sendo alardeados aos quatro ventos. Afinal, a Petrobras nunca deu tanto lucro, o que pode ser comprovado pela média no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que era de R$ 4,2 bilhões, e a média atual, no governo Dilma (PT) que é de R$ 25,6 bilhões.
Aprofundando a comparação; o Patrimônio Líquido da Petrobras no período FHC era de R$ 49 bilhões; hoje, na era Dilma é de R$ 345 bilhões. A Receita era de R$ 95 bilhões e hoje é de 281 bilhões; os Ativos eram RS 136 bilhões e hoje são R$ 677 bilhões. O Gás natural foi recorde de distribuição em 2013 e o valor de mercado da empresa que era de US$ 15,4 bilhões, no governo FHC, chega atualmente, no governo Dilma, aos US$ 112 bilhões. O tempo passou e as pessoas esqueceram que o maior desastre da Petrobras no Brasil e, um dos maiores do mundo, foi quando uma plataforma de prospecção de petróleo, a P-36, naufragou na Bacia de Campos, gerando danos ambientais e um prejuízo gigantesco para o país, no governo Fernando Henrique. Também foi sob a inspiração dos tucanos que quiseram mudar o nome da Petrobras para Petrobrax, conforme indicação dos “marqueteiros” da época que consideravam o “novo” nome mais fácil de “vender” para os gringos, interessados em comprar o maior patrimônio público brasileiro.
O Jornal de Saquarema