A prefeitura organizou um carnaval nos moldes dos anos anteriores, conhecido como o “Carnaval da Família”, por dar prioridade a uma festa mais tradicional, sendo a passagem dos blocos em desfile pelas ruas do município o principal atrativo para os dias de folia, o que não deixa de ser a preservação da cultura local. Em Jaconé, reduto do carnaval em Saquarema, a animação foi garantida e reuniu mais uma vez a maior concentração de pessoas desfilando atrás dos blocos do Camarão, Que merda é essa, Manguaça, Bafo de Jacaré, Rama e Unidos do Magno, entre outros.
A nota grave foi a confusão na orla da praia que foi reprimida com bombas atiradas pela polícia para conter a multidão. A briga se espalhou e subiu pela Rua 96 até a 13, onde mais bombas foram atiradas. O SambaAqui, infelizmente, ficou sem o som prometido pelo organização do carnaval, mas não disponibilizado na hora, sem explicação. O Bloco do Guerreiro, embora não tenha desfilado, promoveu grandes eventos em sua sede, no antigo Street Show, na Rua 13, com a banda do Bloco Bola Preta e show do puxador de samba Dominguinhos da Estácio, entre outras atrações.
Em Barra Nova, na Pontinha e no Coqueiral, a festa nas ruas aconteceu com a passagem dos blocos Amigos da Pontinha, Alegria do Galo, Estamos a Bordo e Bloco da Raposa. Na porta da casa do Seu Manoel, o Bloco Bate Mal rendeu uma justa homenagem ao folião mais antigo do bairro. No Gravatá e no Boqueirão, o ritmo não diminuiu, atraindo uma galera que seguiu os blocos do Peladão do Boqueirão, Siri do Boqueirão, o divertidíssimo Tchan Gay, O Bafo do Bagre e Escangalhados, que saiu da casa do ex-vereador Pitico. Em Vilatur, mais uma vez a galera se divertiu com o Ondas. E, em Sampaio Corrêa, o Bloco do Morrinho saiu mesmo sem apoio oficial e sem subsídio.
No Centro e na Praia da Vila, a passagem dos tradicionais Truco, com seu agregado Bico do Urubu e a Turma do Barril tornaram a cidade colorida e alegre nesta época em que todo mundo entra no clima. O mesmo aconteceu em Itaúna, com os blocos Unidos de Itaúna, Bebum Difama e Virgens de Itaúna. No Guarani, houve o desfile do Unidos do Guarani. No Verde Vale, a festa ficou com o Tigre que, apesar de ter a melhor bateria, este ano não recebeu a ajuda de custo oficial, sem saber o por quê! No Rio da Areia, o Gethomn também botou seu bloco na rua.
A polêmica do carnaval ficou por conta do sai ou não sai do Bloco das Piranhas, na Rua Pereira, em Bacaxá, uma tradição no bairro que, nos últimos 4 anos, vem sendo reprimida. O bloco não entrou na lista oficial dos desfiles, mas nas redes sociais a concentração estava marcada para o dia 8 de fevereiro, às 14 h. Mas na hora, um grupo de guardas municipais se posicionou na rua para impedir a circulação das “piranhas”, uma das fantasias mais antigas do carnaval no Brasil. Piranhas são homens vestidos de mulher, ou o contrário, e existem desde o antigo carnaval europeu, até mesmo antes do descobrimento da América. Porém foi permitido “piranhas” em todos os demais blocos da cidade. Vale registrar que, em Araruama, o Bloco das Piranhas é uma das grandes atrações do carnaval na orla da lagoa, com sucesso absoluto…
Enfim, os blocos embalaram os bairros e o centro de Saquarema, onde também se apresentou uma banda tocando as tradicionais marchinhas carnavalescas, para alegria dos foliões, que também curtiram muita praia e as belas noites saquaremenses, movimentadas por bares e restaurantes. Os plantonistas da Secretaria de Saúde, Defesa Civil e Salvamar registraram suas ocorrências, assim como a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Guarda Municipal, a maioria disponibilizada no facebook dessas instituições. O carnaval 2016 em Saquarema foi até o dia clarear, na quarta-feira de cinzas.
Destaques merecidos da folia em Jaconé
A animação dos blocos fez a festa no Carnaval de 2016