Temos a triste missão de informar que o jornalista Silênio Vignoli faleceu deixando seus familiares, amigos e toda a equipe do jornal O SAQUÁ em luto profundo. Silênio foi um dos primeiros colaboradores do jornal O SAQUÁ e um dos que permaneceu por mais tempo, há cerca de 16 anos. Formado em jornalismo na antiga Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio, foi editor do jornal o Contato, do Diretório Acadêmico. Em seguida, participou do lançamento do jornal da UNE (União Nacional dos Estudantes), o Movimento, sob a liderança de José Serra e Marcelo Cerqueira, então presidente e vice-presidente da UNE que funcionava em sua sede na Praia do Flamengo, onde permaneceu até 31 de março de 1964. A última edição, então, não chegou a ser impressa, devido ao golpe que implantou a ditadura militar e que botou fogo, literalmente, na sede da UNE! Provavelmente o jornal virou cinzas…
UM MESTRE
Silênio tornou-se então estagiário do Jornal do Brasil, onde participou da famosa reforma gráfica que mudou a cara dos jornais na época, ao lado dos extraordinários José Carlos Avellar e Alberto Dines. Foi uma grande escola; esta poderia ser a sua pós-graduação! No início de 1968, levou a técnica da diagramação para o jornal O Fluminense, em Niterói. Com a fusão do Estado do Rio de Janeiro e Estado da Guanabara, em 1975, Silênio volta ao Rio, capital do novo estado, para instalar a sucursal do Fluminense, juntamente com os jornalistas Jorge Nunes, Eraldo Quintanilha, George Roberto e o famoso Pereirinha, que só tratava Silênio de “Mestre”.
Especialista em política nacional, traçava em cores vivas as pautas da atualidade, sempre com um toque de ironia. Em 1983, com a posse do governador Brizola, foi convidado por Cesar Maia, então secretário estadual de Fazenda, para assumir a Assessoria de Comunicação Social da secretaria, onde ficou até 1991. Aposentado, veio morar em Saquarema, após um breve período como editor do semanário Sete Dias, em Niterói. Em seguida, assumiu o jornal quinzenal Correio da Cidade, de Maricá, junto com os jornalistas João Bosco e Alexandra Lambraki.
Em Saquarema, colaborou com o jornal semanal Notícias da Cidade, do jornalista Oswaldo Barcellos e em 2005, aceitou o convite da jornalista Dulce Tupy e do repórter fotográfico Edimilson Soares para integrar a equipe do jornal O SAQUÁ. Após um breve afastamento do jornal, retornou como analista de política nacional, onde permaneceu até o seu falecimento no dia 23 de dezembro. Pai do comentarista de futebol Marcelo Vignoli, Silênio foi, segundo o presidente do Sindicato dos jornalistas Profissionais do Estado do Rio de janeiro, Mário Souza, “um dos mais dignos associados e um exemplo de profissionalismo”.
Sendo assim, Saquarema perde um filho ilustre da cidade, que dignificou o nome do município em todos os lugares por onde passou. Oriundo de uma família tradicional, Silênio era filho de um graduado funcionário da Secretaria Estadual da Fazenda e também músico, o clarinetista Casimiro Vignoli e era neto do maestro Francisco Vignoli, que dá nome à rua ao lado de sua casa, um casarão exemplar da arquitetura da época, no estilo do início do século passado. Sem Silênio abre-se uma imensa lacuna no jornal e nos nossos corações, deixando uma grande sensação de vazio difícil de ser preenchido. Por sua lembrança, só temos a agradecer sua colaboração marcante e sua integridade profissional. Adeus, amigo Silênio, companheiro de muitas jornadas históricas nas nossas vidas, na vida da nossa cidade e do nosso jornal, que só resiste por amor a Saquarema.