A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos possui serviço postal considerado um dos melhores do mundo, segundo dados estatísticos recentes. Baseados nesta informação, iremos concluir que o populoso bairro de Jaconé, no município de Saquarema não faz parte do Brasil, pois ali a minúscula AGC local ainda não possui serviço oficial de distribuição a domicílio. Um acordo antigo entre a Associação de Moradores de Jaconé e os Correios, permitiu que a entrega fosse feita por mensageiros particulares, mediante um sistema de procurações individuais assinadas pelos usuários e uma óbvia gratificação mensal aos carteiros improvisados. Esse “jeitinho brasileiro”, embora claramente irregular, funcionava razoavelmente até que os eficientes entregadores iniciais saíram por vários motivos, inclusive falecimento. Novos “carteiros” foram “contratados”, o serviço continuou, e não sabemos se a alta administração da ECT tem conhecimento da natureza clandestina da citada entrega em domicílio, mas o objetivo da presente reportagem não se limita à clandestinidade mas visa requerer providências que venham diminuir a inaceitável precariedade do serviço prestado à comunidade, notadamente no trecho entre a rua 95 e cercanias até o condomínio Cabanas de Jaconé.
Temos informações de usuários, alguns indignados e dispostos a recorrer a atitudes extremas, contra o atraso inexpli-cável de cartas e avisos até de Sedexes, que mofam nas prateleiras da referida AGC até que o responsável pelas entregas no setor se digne fazer a bendita entrega. Constatamos que os funcionários de serviço interno da AGC sabem do que ocorre, mas hesitam em tomar as medidas administrativas cabíveis. Será que o ”funcionário” em questão é algum apadrinhado político ou possui alguma daquelas imunidades que acabam virando impunidades? Pretendemos apurar melhor todas essas mazelas e agir em benefício dos usuários dos Correios em Jaconé.
Texto publicado na edição 112 do jornal O Saquá