No lançamento de seu livro, na Casa da Cultura, Latuf declama o poema “Mar de Saquarema” com emoção
O professor Latuf Isaías Mucci, da Universidade Federal Fluminense (UFF), deixou de lado toda a teoria, vestiu uma túnica cor de vinho, declamou seu poema Mar de Saquarema e, em grande estilo, jogou seu próprio livro no chão! Com este gesto dramático, deu por encerrado o breve sarau de poesia que se instalou na noite de lançamento de seu livro Águas de Saquarema, editado pela Tupy Comunicações.
Cultuado por seus alunos da graduação e da pós-graduação na UFF, por seus amigos, parentes, colegas, intelectuais e poetas, Latuf é um ser agraciado pelo que há de melhor na vida. Em sua trajetória precoce, saiu do seminário em Minas Gerais e foi quase adolescente morar no Vaticano, na Itália. A partir daí seguiu seu caminho, passando por vários países até retornar ao Brasil, maduro, vindo morar em Saquarema, quando a cidade ainda era um paraíso dos hippies, neohippies e deslumbrados em geral.
O seu primeiro livro de poesia, com prefácio do crítico de arte, dramaturgo e também poeta Walmir Ayala, chegou a ser lançado, mas depois, por puro pudor estético, foi escondido e hoje é recolhido pelo próprio Latuf nos sebos das cidades onde ainda pode ser encontrado.
Latuf então re-inventou-se e, como o pássaro Fênix que renasceu das cinzas, ressurgiu como poeta, novamente, agora com o seu Águas de Saquarema, provavelmente com poemas desta e da primeira leva, recriados no precioso esculpir das palavras, rimas e versos.
“Entre o corpo do mar e a alma da lagoa”, Latuf escreve: “Prancha: / corte de cor / no ar / lâmina de pé / visando / a onda” e vai mais adiante “Sem ondas / sem surfistas / sem gaivotas / o mar está nu”.
A Casa da Cultura foi o cenário ideal para o lançamento do livro de Latuf, numa noite em que se juntaram os amigos, a imprensa, poetas e políticos. Lá estavam a poeta Roseana Murray e seu marido o escritor espanhol Juan Arias, o cronista A.G. Marinho, o artista plástico Nelsinho, a professora Maria Clara e tantos outros que vieram abraçar o mestre com carinho. Entre as autoridades locais, o procurador geral do município e também poeta Antônio Francisco Alves Neto, a secretária municipal de educação e cultura Ana Paula Giri Fortunato, a prefeita Franciane Motta e o deputado Paulo Melo. Até o ex-prefeito Antonio Peres e sua esposa Manuela estavam presentes. O chamado “grand monde” de Saquarema estava lá, para junto com Latuf banharem-se em Águas de Saquarema. (Dulce Tupy)
Matéria publicada na edição 112 do jornal O Saquá