A história revista e ampliada sob a ótica dos guerreiros
Na gravura, o cacique Cunhambebe.
Filho de portugueses, nascido em Araruama, morador de Saquarema, Paulo Luiz Oliveira foi metalúrgico, trabalhou na extração de conchas e na indústria do cal antes de abrir seu próprio negócio. Passando por vários ramos de comércio, tornou-se um empresário bem sucedido. Vindo morar em Saquarema, dirigiu um departamento na Secretaria Municipal de Educação e Cultura e, posteriormente, outro na Secretaria Municipal de Promoção Social, Habitação e Cidadania, até assumir o cargo de Controlador Geral do Município, em 2007. Com seu espírito desbravador, como seus antepassados, começou a investigar uma antiga curiosidade histórica, que tinha desde menino: como, onde e por que os índios foram massacrados no Brasil? A cada resposta obtida, se embrenhava pelos caminhos sinuosos da pesquisa, descortinando um universo intelectual que até então não conhecia.
Assim passaram-se meses, anos, e uma narrativa densa e, ao mesmo tempo, coloquial foi surgindo. Um vigoroso relato sobre o choque cultural entre índios e brancos, na época do descobrimento do Brasil, foi se moldando. A ele juntaram-se ilustrações. Em seguida, as consultas aos sites especializados em história. E, de uma forma autodidata, foi aparecendo um historiador popular, um intelectual orgânico, oriundo das mais legítimas indagações sobre o processo de colonização brasileiro. Um painel dos primórdios da colonização no Brasil e do choque cultural entre os índios e os brancos vai se delineando através das páginas do livro “Tamoios – senhores do litoral”, de Paulo Luiz Oliveira, que será lançado no Dia do Índio, 19 de abril, em Saquarema. É uma história empolgante, que resgata o heroísmo da nação indígena ao invés de idolatrar os figurões da história oficial.
Artigo publicado na edição de março
de 2010 do jornal O Saquá (edição 118)