A prefeita Franciane fala sobre parcerias, parque industrial, crianças e adolescentes
Por: Dulce Tupy
Na foto, a prefeita Franciane em seu gabinete. Foto: Edimilson Soares.
Em março faz 15 meses que a prefeita Franciane Motta assumiu o governo do município de Saquarema. Foram momentos difíceis, ainda marcados pela disputa eleitoral. De cara, foram feitas obras no gabinete da prefeita e nos banheiros da Prefeitura, ao mesmo tempo em que uma série de medidas administrativas foram implantadas, incluindo a criação de uma Ouvidoria. Aos poucos, a prefeita cujo signo é capricórnio e que se define como uma pessoa com o “pé no chão” foi colocando cada coisa no seu lugar. Esposa do deputado Paulo Melo há quase 21 anos, mãe de um jovem de 20 anos que já está cursando a faculdade de administração, hoje, Franciane não parece indecisa. Ao contrário, é feliz por ter chegado onde chegou: no topo em sua cidade, depois de ter vivido uma carreira pública fulminante que se iniciou na Secretaria de Promoção Social, em 2001, passou pelos 4 anos como vice-prefeita, culminando na sua posse como prefeita, ano passado. O jornal O Saquá foi ao encontro da prefeita, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher: dia 8 de Março. Encontrou uma mulher madura, mas nem por isso menos delicada, e que falou de vários assuntos, sem fugir das respostas.
O SAQUÁ: Ser prefeita é uma novidade não só em Saquarema mas na Região dos Lagos. Agora o município vai ganhar um novo espaço para a mulher, o que será anunciado na presença da ministra Nilcéa Freire, que esteve pela primeira vez em Saqua-rema num evento promovido pela AMEAS (Associação de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema) no Lake’s Shopping. O se pode falar sobre a questão da mulher?
Franciane: O dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, será comemorado no dia 6, no Calçadão de Bacaxá. Estamos programando uma festa para nós mulheres. Será um dia especial, com a presença da ministra Nilcéa Freire. Quando a ministra esteve aqui, pela primeira vez, ela deu uma palestra maravilhosa e ficou um compromisso de criarmos a Coordenadoria da Mulher. Quando assumi, foi criada uma Diretoria, para transmitir às secretarias municipais a importância de se contemplar a questão de gênero. A intenção era mostrar que o nosso governo é diferente. Aliás, acho que o governo está bom. Passamos por 2 carnavais, que foram um sucesso! Temos recebido elogios, eu e minha equipe, porque sozinha não vou conseguir fazer nada. Nossos eventos têm acontecido dentro da normalidade; nenhum fato grave ocorreu. E, agora, no dia 11 de março, o governador virá aqui para dar início às obras de construção do nosso hospital.
O SAQUÁ: Há uma grande expectativa, não só em relação ao hospital, como também em relação à escola técnica que está sendo construída no mesmo terreno na Barreira.
Franciane: Isso mesmo, vai ficar próximo. Foi o melhor lugar que tínhamos. Será lançada a pedra fundamental do hospital, que demorou, mas infelizmente as coisas públicas não são tão rápidas como a gente gostaria. A gente gostaria que tudo fosse muito mais rápido, ainda mais em se tratando da saúde. Mas, eu acho que ele está vindo na hora certa. Será um hospital digno de todos nós saquare-menses. E vem para provar a nossa parceria com o Governo do Estado, com o governador Sérgio Cabral e com o deputado Paulo Melo. Acho que essa é a hora de Saquarema. Em breve, teremos a escola técnica para capacitar os nossos jovens e, futuramente, o hospital para atender os nossos munícipes. Também temos o Parque Industrial. Hoje já são mais de 20 empresas, com intenção de se instalar em Saquarema. Temos a do engarrafamento de azeite, que é um prédio verdinho, que está para ser inaugurado, em Sampaio Correia. Temos a indústria de forro de PVC… Este vai ser o grande pulo de Saquarema: a geração de renda! Para isso estamos atraindo as empresas para cá.
O SAQUÁ: É uma perspectiva para juventude. Nós sabemos que a maioria da população de Saqua-rema é de crianças e jovens…
Franciane: A gente precisa construir mais 2 creches para as nossas crianças. Estamos reformando 5 escolas. Acho que vamos erradicar a questão da criança comer com prato na mão num corredor, num pátio do colégio. O ex-prefeito Peres começou com esse projeto de construir refeitórios nas escolas. Eu brinco dizendo que foi na lua de mel dele, quando fiquei como prefeita interina, que eu reivindiquei a construção dos refeitórios. Ele me ouviu e me atendeu. Parece uma bobagem, mas é duro ver uma criança pequena, que ainda não tem uma coordenação motora muito legal, sentada ali, num cantinho, com o prato na mão… Então, eu acho que nas nossas quase 50 escolas – porque são 45, mas com as creches chega a 50 escolas – vamos ter refeitório em todas! Acho que essa é uma conquista mais que merecida para as nossas crianças e jovens. Também estamos revendo nossos projetos de cultura. Saquarema tem um potencial muito grande. No colégio Castelo Branco tem um coral que é uma coisa linda, emocionante. No colégio Luciana Coutinho tem um grupo de teatro que já foi até premiado. Então temos vários talentos tanto na área artística, como também na área esportiva. Mas temos que ir com muita calma, com muita cautela. Tenho medo de dar um vôo muito grande e ter que recuar depois.
O SAQUÁ: Como você está conjugando suas atividades pessoais com atribuições de prefeita, a vida familiar com a profissional e política?
Franciane: Acho que nós, mulheres, estamos mais preparadas para isso do que os homens, porque a gente tem que se manter mulher, tem a casa para administrar (porque por mais que a gente tenha pessoas que nos ajudem é a gente que é a dona da casa, dona do lar) e tem que estar bonita, tem que estar bem, com a unha feita, com o cabelo… Estamos mais acostumadas a dividir os nossos horários. E várias mulheres têm a mesma situação que a minha, também são donas de casa, mães e têm um trabalho fora. Eu encaro a Prefeitura como um trabalho. É claro que a responsabilidade é muito grande. Tenho uma equipe muito boa e um grande parceiro que é o deputado Paulo Mello.
O SAQUÁ: A prefeita é uma mulher realizada?
Franciane: Eu não posso falar que não sou, muito pelo contrário. Agora, se você perguntar se eu almejei estar aqui, em algum momento da minha vida, nunca! Foram as circunstâncias da vida e claro que ser esposa do Paulo Mello foi muito importante. Acho que eu soube aproveitar as oportunidades, com muita serenidade, tranqüilidade e humildade. Acho que consegui conquistar um lugar que nunca esperei. Mas acho também que tenho conseguido desempenhar bem esse papel e tenho consciência de que estou fazendo o melhor possível. Ando pela cidade e escuto as pessoas falarem que a cidade está mais organizada, está mais limpa. Quero que ela fique cada vez mais bonita, mais organizada, que é a cidade que eu vou deixar, porque eu “estou” prefeita; meu mandato vai até 2012. Enquanto estiver aqui, vou fazer o melhor possível, eu e o deputado Paulo Melo. Não vamos medir esforços para que a cidade fique melhor, com mais emprego, colégios bem equipados e mais opções de cultura, esporte e lazer. Estamos trabalhando para isso. Espero alcançar estes objetivos. Mas ainda temos muitas coisas para fazer. A gente está com um horto, para fazer um grande plantio de árvores no município.
O SAQUÁ: E a coleta seletiva de lixo?
Franciane: Tenho muita vontade de fazer, mas nunca ninguém chegou com um projeto que realmente apontasse soluções. Idéias, todo mundo tem. Às vezes chegam idéias maravilhosas, mas o município é pequeno, ainda não dá. A gente só está com esse monte de obras, asfaltando as ruas, construindo a escola técnica, o hospital, porque temos a parceria com o Governo do Estado. Só a prefeitura não conseguiria.
O SAQUÁ: Alguma mensagem especial principalmente para as mulheres?
Franciane: Eu acho que nós mulheres temos que nos orgulhar muito. E sabermos que a responsabilidade de criar um mundo melhor passa por nós. Acho que o nosso papel na sociedade é fundamental.
Entrevista publicada na edição de março
de 2010 do jornal O Saquá (edição 118)