As leishmanioses são doenças infecciosas, causadas por protozoários do gênero leishmania, que podem afetar o homem e animais silvestres e domésticos, principalmente o cão. No Brasil, as leshmanioses apresentam-se como duas doenças distintas: a leishmaniose visceral, também conhecida por calazar, que é causada pela leishmania chagasi e a leishmaniose tegumentar, que pode ser causada por diferentes espécies. A transmissão ocorre pela picada de um mosquito, conhecido como mosquito palha ou cangalhinha, pelo seu tamanho reduzido, coloração clara e por pousarem com as asas abertas.
A transmissão inicialmente era silvestre, concentrada em áreas rurais, mas as transformações ambientais, provocadas por pressões econômicas e sociais, pelo processo migratório e pela urbanização crescente, modificaram este perfil. Essas mudanças estão se tornando um problema de saúde pública, pois vem acarretando a expansão das áreas endêmicas e o aparecimento de novos focos de infecção.
A leishmaniose tegumentar é caracterizada, geralmente pela presença de úlcera cutânea, com bordas elevadas e com ausência de dor local. Já a leishmaniose visceral se caracteriza por uma progressiva alteração do estado geral, com febre intermitente, hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço), adenomegalia generalizada (aumento dos gânglios linfáticos), palidez e caquexia (perda de peso, perda do apetite e fraqueza muscular), podendo ser fatal.
No cão, além desses sinais clínicos, podem ser observados descamação da pele e crescimento progressivo das unhas (ornicogrifose). Na leishmaniose visceral alguns animais reservatórios, silvestres e domésticos, são conhecidos. No ambiente urbano, o cão infectado, mesmo assintomático, é considerado o principal reservatório, pois o parasita pode ser encontrado na pele íntegra. Tanto em seres humanos quanto em animais, o diagnóstico deve ser estabelecido com base no reconhecimento dos sinais e sintomas sugestivos da doença e em dados epidemiológicos, seguidos por investigação laboratorial, para demonstração do parasita.
O centro de referência em leishmaniose, o IPEC (Instituto de Pesquisa Clinica Evandro Chagas) da Fundação Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, disponibiliza orientação e atendimento clinico e laboratorial (sorológico, parasitológico e histopatológico, entre outros) tanto de pacientes humanos quanto de animais, trazendo à população a oportunidade de realizar tratamento correto e eficaz.
Em Saquarema, em casos suspeitos da doença, as pessoas devem procurar um posto de saúde ou o serviço de vigilância epidemiológica do Município, na Secretaria Municipal de Saúde:
saúde@saquarema.rj.gov.br; telefone (22) 2651-4821.
E nos sites:
www.fiocruz.br/ipec_novo
www.saude.gov.br
www.saude.rj.gov.br
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Artigo publicado na edição de setembro
de 2010 do jornal O Saquá (edição 124)