“Natal” e “crianças”são palavras que se harmonizam e se completam. “Natal”, pelo que significa de simplicidade, amor e fraternidade. “Crianças”, pelo que simboliza de inocência, pureza e sonho.
Quem de nós não gostaria de passar um Natal feliz? Quem de nós não desejaria, especialmente nessa data, sentir-se amado e lembrado com carinho?
Por mais que eu viva, não esqueço de uma cena da qual participei e haverá de ser lembrada para sempre: num cruzamento próximo à minha casa, na cidade grande, havia sempre uma menina de uns cinco aninhos, maltrapilha, descalça, e vendendo umas balinhas de café, que oferecia aos motoristas quando o sinal fechava.
Na antevéspera de um Natal, por ali passei, dirigindo, e lá estava ela com o olhar triste e embrutecido pelo seu dia-a-dia. Sinal vermelho: parei e pedi-lhe que se aproximasse. Baixei o vidro da janela e perguntei: – Você acredita em Papai Noel? – “Não!”, foi a fria resposta. – Mas como, se foi ele que me pediu para entregar a você este presente!… (Entreguei-lhe, então, uma bela boneca com a etiqueta: “De Papai Noel para você, menina!”)
O sinal abriu e parti em velocidade, mas ainda a tempo de vê-la, pelo retrovisor, sentada na calçada, sorrindo, e, encantada, brincando com a boneca. Pelo menos, naqueles momentos ela foi feliz e aprendeu que Papai Noel pode custar a chegar, mas um dia ele vem!
Feliz Natal a todos, queridos!
Artigo publicado na edição de dezembro de 2010 do jornal O Saquá (edição 128)