Passado o Natal, abrem-se as portas de um Novo Ano. Renovam-se as esperanças de um ano melhor que o ano findo, tão cheio de dificuldades e tantos absurdos, que a alma chora… Mas Clarice dá-nos alento: “Não queiras compreender, viver ultrapassa todo entendimento”… E Unamuno completa: “O fim da vida é viver e não compreender”…
Vivamos, pois! E vivamos 2011 com ESPERANÇA – alimento da alma, que não deve faltar, senão a vida se esvazia, perde o sentido!… É ela que nos anima, fortalece e nos impulsiona para novas realizações. Mas é preciso estarmos atentos, pois a esperança “é veloz e voa com asas ligeiras. / De reis faz deuses, e de seres menores, reis”… Shakespeare… Sempre Shakespeare, conhecedor profundo da alma humana. Só no Inferno não há esperança. Pelo menos, na sua porta de entrada, segundo Dante, está escrito: “Deixai toda esperança, ó vós que entrais.”…
Mas não falemos de inferno se temos um paraíso que se chama Saquarema… Sobretudo para os que podem deixar a correria e o estresse da cidade grande para usufruir aqui, da beleza e das delícias deste doce Paraíso: a descontração e a simplicidade, as caminhadas de manhãzinha na orla, a água de coco que reanima, a boa música escutada baixinho, as boas leituras que tanto fazem bem, a brisa na rede da varanda, o “papo” com os amigos, os crepúsculos inesquecíveis, as estrelas (“olhos do céu”, para Machado de Assis) e o mar… grande, imenso… “– Mas Deus ainda é maior…”, lembra Lygia, sempre Lygia Fagundes Telles.
Feliz 2011, amigos!
Artigo publicado na edição de janeiro de 2011 do jornal O Saquá (edição 129)