Disciplina. Palavra de impacto presente em qualquer discurso esportivo. Na teoria todos endeusam, mas na prática é outra história. Talvez seja por isso que a mídia dá pouco destaque para os Jogos Militares de 2011. Na terceira maior (sim, senhoras e senhores) competição do planeta em número de participantes, atrás apenas dos Jogos Olímpicos de Verão e das Paraolimpíadas, as palavras-chave são respeito e disciplina. Tanto que, quando li a respeito do evento, me surpreendi com a árdua preparação dos atletas para a disputa.
A desgastante rotina de treinamentos não se resume apenas a exercícios específicos para cada modalidade. Depois de passar em um concurso para as Forças Armadas, os atletas têm aulas teóricas, com noções de fisiologia, nutrição, psicologia e regras militares. Assim, eles saem de lá formados em determinada patente.
Mas não é fácil se “formar” e entrar na competição. É preciso obter êxito em todas as fases de preparação. Para se ter uma ideia, dos 250 atletas inscritos, apenas 72 foram selecionados.
E engana-se quem pensa que são apenas os desconhecidos que trabalham duro para participar. Competidores renomados como os medalhistas olímpicos Thiago Camilo (judô), Vicente Lenílson (atletismo) e Natália Falavigna (taekwondo) também tem que aprender valores relacionados à disciplina e rigorosidade do campo militar.
Por tudo isso, apesar de desconhecida por muitos brasileiros, a competição é um exemplo de como os valores do esporte devem ser usados na prática. A 5ª Edição dos Jogos Mundiais Militares vai acontecer entre os dias 17 e 24 de julho de 2011.
Artigo publicado na edição de janeiro de 2011 do jornal O Saquá (edição 129)