O presidente da Colônia de Pesca Z-24, Matheus, após a coleta
para o primeiro monitoramento e ordenamento da Lagoa de Saquarema
Corvina, robalo, pampo, pescada preta e amarela, anchoveta, parati, tainhota, carapicu, caratinga, bagre, savelha, caranha miúda, siri e camarão. Toda essa riqueza biológica foi pescada na primeira incursão feita pela Colônia de Pesca Z-24, junto com a equipe da empresa de consultoria contratada pelo Consórcio Intermunicipal Lagos São João, para fazer um monitoramento da Lagoa de Saquarema. Acompanhado de Chico pescador, da UEPA-RJ (União das Unidades de Pesca e Aquicultura do Estado do Rio de Janeiro) e da bióloga Beatriz Vanacôr, entre outros, o presidente Matheus de Souza é todo alegria, pois este monitoramento era esperado há vários anos. Um dos motivos é que este monitoramento vai definir o período do defeso na Lagoa de Saquarema e o retorno do pagamento aos pescadores locais do seguro-defeso, correspondente a um salário mínimo durante 3 meses, enquanto os peixes desovam na lagoa, porque neste período é proibido pescar.
“Este monitoramento é fundamental para nós, porque ele vai definir quando nós, pescadores de Saquarema, teremos o período de defeso na lagoa. Agora, por exemplo, nós pescamos muitos peixes e várias espécies ainda estão em estado juvenil, o que comprova a necessidade do período do defeso, para que os peixes tenham tempo de crescer e ficarem adultos”, explica Matheus. Desde a fundação do Consórcio em 1999, que promoveu inúmeros monitoramentos na Lagoa de Araruama, esta é a primeira vez que a Lagoa de Saquarema está sedo monitorada, com recursos provenientes da cobrança pelo uso da água. Para Matheus é mais uma conquista da sua gestão à frente da Colônia-24.
Além desta conquista, Matheus também elenca outros benefícios que vem trazendo para os pescadores locais, tais como a entrega de material escolar, em parceria com a Petrobras, para os filhos dos pescadores cadastrados na colônia e a distribuição de peixes capturados pelo Batalhão Florestal em Arraial do Cabo. Filho e neto de pescadores, Matheus faz parte de uma família tradicional da cidade e mora junto com seus parentes no Gravatá. O monitoramento da Lagoa de Saquarema, que vai durar um ano, é mais uma etapa vitoriosa na trajetória da Colônia de Pesca Z-24.
Matéria publicada na edição de março de 2011 do jornal O Saquá (edição 131)