Em uma final de campeonato, o último apito é o momento que revela duas emoções antagônicas: de um lado, a dor da derrota, de outro, a emoção da conquista de um título. Porém, depois que Marcelo de Lima Henrique levantou os braços pela última vez na Taça Guanabara, a sensação de muitos torcedores do Boavista foi de tristeza, mas com uma parcela mais intensa e duradoura de orgulho.
Desbancar o, até então, frágil e incompreensível Vasco da Gama na fase de grupos para muitos foi um mero acaso. Mas vencer o poderoso e recheado de estrelas Fluminense nas semifinais reforçou a capacidade do Verdão de Bacaxá. E, mais do que isso, levantou o moral do Boavista. Na final, o time jogou de igual para igual com o Flamengo e só não carregou o jogo para as cobranças de pênaltis porque brilhou a estrela de um craque do outro time, que já foi melhor do mundo, chamado Ronaldinho Gaúcho.
É inegável que o Boavista vem crescendo ano a ano, mostrando um projeto interessante, sobretudo na formação de jogadores talentosos, como o meia Tony e o atacante André Luis. Além disso, a confiança da torcida e dos jogadores será uma forte aliada do Verdão para a disputa da Taça Rio.
O crescimento da equipe e, sobretudo, do clube como um todo, é motivo de orgulho para Saquarema. Agora, é pensar em investimentos de médio e longo prazo para que o clube não se torne apenas uma “modinha”. Acredito que a vontade dos torcedores é ver o Boavista na primeira divisão nacional, brigando por títulos de grande expressão. Quem sabe quando chegar este dia até Serguei deixe de ser tricolor para torcer em primeiro lugar pelo Verdão?
Artigo publicado na edição de março de 2011 do jornal O Saquá (edição 131)