Quando uma partida eliminatória ou uma final de campeonato termina empatada, as nossas unhas e o coração sentem que sobrou para eles. É hora da grande e traiçoeira loteria dos pênaltis. Bom, pelo menos na visão de muitos torcedores. Porém, não só as últimas decisões entre Vasco e Flamengo, quanto mata-matas de Copas do Mundo estão aí para colocar uma interrogação nesta questão. Será mesmo que entre a marquinha de cal na grande área e o gol tudo é decidido na base da sorte?
A final da Taça Rio deste ano foi decidida nas penalidades. E a “loteria” foi marcada pela falta de mira dos atletas vascaínos, que desperdiçaram três cobranças, após chutes para fora. Se eles ficaram intimidados com o bom goleiro Felipe ou com o fantasma de uma nova decepção contra o arquirrival, é difícil de saber. Porém, o que ficou claro foi o despreparo físico e psicológico dos vascaínos. Devemos lembrar que confiança não é sorte.
Roberto Baggio que o diga. O notável jogador italiano mandou para a lua a esperança da Itália ser campeã mundial diante do Brasil em 1994. Faltou combinar com a sorte? Acho que não. Do jeito que ele bateu na bola é difícil imaginar que algum tipo de loteria tenha influenciado no pênalti. Pegar mal na bola não é questão de sorte, mas de concentração, muito treino e até responsabilidade. Agora me digam, o que vale mais? Um pé de coelho ou um pé na forma?
Artigo publicado na edição de junho de 2011 do jornal O Saquá (edição 134)