A notícia me surpreendeu nesta serena manhã hibernal de céu azul claro e sol aconchegante. Mas é mesmo isto que eu li? “Jovens que não gostam de sexo estão na Web e querem ser aceitos.” É o que nos informa a “Folhateen” da “Folha de São Paulo”, de 20/06/2011. Nela, Anna Virgínia Balloussier nos dá conta que “uma pesquisa da Datafolha revelou que 5% dos jovens de 18 a 24 anos não veem graça no sexo.” Muitos se valem da Internet para encontrar seus semelhantes. Afinal, têm capacidade para se apaixonar, podem gostar de namorar, de companhia e carinho, mas não veem sentido em relacionamentos amorosos. Dizem especialistas que “repulsa ao sexo não é doença” e que “é possível viver bem sem sexo.”
A pedagoga Elisabete Oliveira, que pesquisa a assexualidade no doutorado da USP, questiona “a crença de que o desejo é universal.” “Há pessoas que simplesmente não o sentem e vivem bem, obrigado.” Antes de se definirem assexuais, “alguns até fazem sexo, mas não sentem atração”.
“A falta de apetite sexual só deve ser tratada se virar um incômodo”, segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, Maria Luiza de Araújo, que assim conclui: “Temos que tomar cuidado com a tendência de medicar tudo. Se o jovem se sentir bem assim, pode levar uma vida perfeitamente normal sem pôr a sexualidade como ponto principal”.
Fatos surpreendentes num início de século desconcertante…
Artigo publicado na edição de julho de 2011 do jornal O Saquá (edição 135)