Na minha vida profissional, já trabalhei em vários ambientes de trabalho. Nos mais diversos ambientes em que trabalhei, sempre encontrei pessoas que são contra mudanças, não querem mudar e incorporam isso como sua prática de vida para eternidade, representando a mesmice, o continuísmo, o de sempre e o mais prático. As mudanças para essas pessoas representam o perigo, o novo, o inusitado e, resumindo, uma ameaça. Essas pessoas precisam e necessitam mudar, rever seus conceitos e quebrar os paradigmas.
Nós temos o exemplo do milho duro que vira pipoca macia, símbolo da dura transformação por que devem passar os homens para que venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. A transformação do homem, assim como do milho para pipoca, só acontece pelo poder de fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre…
O profissional que não esbarra em uma situação, na qual exija uma qualificação maior; uma aprendizagem mais especifica, nunca vai se transformar em pipoca. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo continua do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só elas não percebem; acham que seu jeito de ser é o melhor jeito. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor pode ser fogo de fora. Perder o emprego; estar por fora de um determinado procedimento e ser descartado por não estar habilitado…
Mas na vida, nós temos sempre um recurso: apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui e não existe a grande possibilidade de transformação. Imaginem vocês, a pobre pipoca fechada dentro de uma panela, com o ambiente ficando cada vez mais quente, pensando chegou a minha hora! Em breve virá o momento oportuno, a mudança e a renovação. Ela não imagina a transformação que está sendo preparada para ela; não imagina que quanto mais calor melhor para sua transformação e de repente: Bum! E ela aparece como outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca tinha sonhado.
Piruá é o milho que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que querem o continuísmo, a mesmice e são surpreendidos pelo mercado de trabalho, altamente especializado. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo é a dura casca que não estoura. Os destinos destas pessoas são tristes. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada, cujo destino é o lixo. Pergunto a vocês, leitores dessa coluna. Vocês são pipoca ou piruá?