Sempre admirei a poesia de Carlos Drummond de Andrade. Desde os bancos escolares (“No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho”…) passando pela juventude (“João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili / que não amava ninguém”) até a maturidade (“Amor é privilégio de maduros (…) / É isto, amor: o ganho não previsto (…) / Amor é o que se aprende no limite (…) / Amor começa tarde).
Mas nunca imaginei que algum dia teria o convite para conhecer Itabira (MG), cidade natal do Poeta (“Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente nasci em Itabira. / Por isso sou triste, orgulhosos: de ferro”), mas também sentir sua presença: na casa em que viveu sua infância (que hoje é referência na cidade e ponto de encontro de estudiosos e interessados na obra de Drummond); na sede da Fazenda do Pontal, antiga Fazenda dos Doze Vinténs ou Fazenda dos Doze, que pertenceu a seu pai; e no Memorial Carlos Drummond de Andrade, projetado por seu amigo Oscar Niemayer, que abriga exposições permanentes sobre vida e obra do Poeta e está situado no Pico do Amor (“Subir ao Pico do Amor / e lá em cima / sentir presença de amor”.)
Ah, como valeu a pena a ida a Itabira. Felicidade dupla: além de todo o tempo haver sentido DRUMMOND na respiração da cidade, a honra de (junto com outros escritores) haver recebido premiação instituída há 47 anos e organizada pelo jornalista Eustáquio Félix: o “TROFÉU CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE” como “DESTAQUE NA CULTURA EM 2011”. Comovida, meu coração agradece.