A Lagoa de Saquarema é vital para a preservação do ecossistema, da pesca e do turismo, não podendo ficar assoreada com prejuízo do fluxo das águas. (Fotos: Edimilson Soares)
O projeto Barra Franca é bem antigo. Na década de 80 a Lagoa de Saquarema sofria com mortandades de peixes e alagamentos pluviais. O Estado, então, forneceu dragas, em ações de emergência, para abertura de um canal provisório para o mar, mas que só continuava aberto até a ressaca seguinte. Como não havia manutenção do canal aberto, a barra entre a lagoa e o mar era fechada pelo próprio mar, o mar fortíssimo, aberto, de Saquarema.
Em 1992, finalmente, surgiu um projeto que parecia viável. Após algumas tentativas de abertura do canal, através de uma draga cedida pela firma Ferreira Guedes. A antiga SERLA, Superitendência Estadual de Rios e Lagoas (que se fundiu a outros órgãos ambientais, dando origem ao atual INEA) impediu o trabalho alegando que a referida firma não havia cumprido as exigências legais, principalmente pelo fato do material retirado estar sendo lançado em locais impróprios, como os brejos de Área de Proteção Ambiental (APA) de Massambaba ou seguindo para destinos ignorados sem os devidos cuidados com o meio ambiente.
No ano 2000, o município de Saquarema foi contemplado com uma verba de mais de R$ 8,4 milhões para a realização da tão sonhada Barra Franca, um projeto que consiste em manter permanentemente aberta a entrada da barra, para revitalizar a lagoa. A justificativa para concessão da verba foi baseada no fato dos recursos hídricos de Saquarema constituírem um forte elemento turístico, essencial para a melhoria da qualidade de vida da população, especialmente os pescadores, e para a preservação do meio ambiente.
A gigantesca draga já está preparada para retirar toneladas de areia da lagoa
Remodelando o molhe
O projeto previa um prazo de execução de 8 meses, a partir do segundo trimestre de 2001, porém as obras foram inauguradas mas não foram concluídas da forma que deveriam. Neste sentido, o atual subsecretário estadual do Ambiente, Luiz Firmino, também ex-presidente da SERLA e do INEA, esclarece a atual situação da Lagoa de Saquarema, da dragagem que será feita e retomada do projeto Barra Franca, com a remodelação do molhe, o muro de pedras, na Praia de Itaúna.
“Em Saquarema temos duas ações que precisam ser concluídas. O molhe da Barra Franca terá que ser remodelado, porque quando ele foi feito o sistema de pedra não foi concluído; não se fez o tal do cabeço, que era uma estrutura que ficaria no final e seguraria o molhe como um todo para as pedras não se mexerem. Aconteceu ali um fenômeno que se chama de leque, quer dizer, o mar bateu, arrebentou e abriu as pedras em leque”, explica Firmino.
Dragagem emergencial
Ano passado, o INEA contratou um estudo que está definindo como será corrigido o molhe da Barra Franca. Já há R$ 40 milhões de reais aprovados no Fecam (Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente) para fazer o trabalho de recuperação do molhe.
“É uma obra que tem que começar e terminar! Com esse estudo concluído, vamos poder licitar a obra que terá que ser feita. Eu acredito que em 2012 a gente tenha condições de fazer esta obra”, continua o subsecretário do Ambiente. “Quanto à dragagem, uma parte foi feita, desde o molhe, na entrada da boca da Barra, em direção à ponte do Girau. Mas ainda falta fazer um pedaço grande entre o Clube Saquarema e a ponte do Girau. Agora, vamos fazer uma dragagem emergencial, porque a boca da barra está praticamente fechada! A máquina já chegou. Nos próximos dias devemos começar a dragagem para manter o fluxo da água, enquanto não se faz a obra de correção do molhe”, conclui Firmino.
excelente materia!