Cidade grande: /dias sem pássaros,/noites sem estrelas…// De novo, Quintana tem razão. E ao que tudo indica, esse é um preço do progresso a ser pago por quem vive em cidade grande…
Mas, felizmente, o Rio tem um Jardim Botânico e uma fotógrafa como Elena Trindade, considerada uma espécie de “Indiana Jones das aves”. No exercício da sua paixão (fotografar aves), ela confessa a Bety Orsini, de “O Globo”, que “já pisou em cobras venenosas, levou marrada de veado e se atirou em rios para fugir do perigo”. É ela que assina as fotos do recém-lançado Aves do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ilustrado com as 152 espécies que lá habitam. Nele estão “O Pintadinho”, que vive ao lado de chocas e choquinhas; o “Tucano-de-bico-preto”, na porta do ninho feito num pau-ferro; “O Cuspidor-de-máscara-preta”, que é localizado pelo chamado “tsitsit”; o “Bico-de-Lacre”, encontrado em pequenos bandos ao lado de coleirinhos e canários-da-terra; o colorido “Ferro Velho”, que gosta dos frutos de diversas espécies de cactus; e, muito especialmente, o “Ninho” de cambaxirra, feito dentro do bico aberto da escultura “Ave Pernalta”, do Mestre Valentim – um verdadeiro primor! O livro tem parceria com o ornitólogo Henrique Rajão e o ambientalista Plínio Serra.
Informa Lena Trindade que haverá exposição do trabalho até 15 de abril no Espaço Tom Jobim (no próprio Jardim Botânico). E complementa: “serão 15 fotos em “banners” e todas as fotos do livro projetadas o tempo todo, com direito ao som das aves.”
Imperdível, não?