“É doce morrer no mar… / Nas ondas verdes do mar…”. Na eterna canção de Caymmi, as ondas do mar são olhadas e cantadas poeticamente. Elas são e serão eterna fonte de poesia. Mas não apenas isso: numa época em que cada vez mais preocupamo-nos com a preservação da vida e saúde no planeta e com fontes alternativas de energia limpa, uma boa noticia é a de que o Brasil começa a explorar a energia limpa das ondas do mar. E uma usina pioneira na America Latina já está pronta no Ceará, no Porto de Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza, com seu lançamento oficial na Rio+20.
Imaginem o que isso pode significar para o Brasil, país com um litoral de cerca de 8 mil quilômetros de extensão… E “o Ceará não foi escolhido aleatoriamente. Sua grande vantagem estratégica é a constância dos ventos alísios, resultado da rotação da Terra. O movimento do ar gera ondas regulares no mar brasileiro. Elas não são grandes mas estão sempre batendo. Poder contar com o movimento praticamente o tempo todo aumenta a eficiência da nova usina”, informa-nos Claudio Motta, em reportagem publicada no jornal “O Globo”, de 05/06/12.
E complementa Segen Estefen, professor de Engenharia Oceânica da Coppe: “Hoje entendemos que não basta ter ondas grandes. Elas atuam em somente 20% do ano. Já as nossas batem de forma constante em mais de 70% do ano. Desenvolvemos o domínio tecnológico para atividades que, nas próximas décadas, vão acontecer cada vez mais no mar, que cobre 71% da superfície do planeta”.
Claro que ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas quem sabe um dia, a nossa amada Saquá não poderá colaborar para produzir também a energia limpa das belas ondas de seu mar?