Com três rodadas de antecedência, o Fluminense conquistou o tetracampeonato brasileiro, repetindo os feitos de 1970, 1984 e 2010, agora com o maior número de pontos ganhos, de vitórias e de gols marcados, o time que menos perdeu, além de ter a defesa menos vazada e o artilheiro do campeonato, Fred, com 19 gols. Foi um título histórico, empolgante e memorável de um time que reuniu todas as credenciais para ser campeão antecipadamente, levando a torcida a substituir o “tricolor” das três cores pelo “tetracolor” dos quatro títulos brasileiros.
Como já dizia o saudoso técnico e comentarista João Saldanha, um grande time começa sempre com um grande goleiro. Entre os nomes do título, sem dúvida, os dois destaques foram o goleiro Diego Cavaliere e o artilheiro Fred, como bem sintetizou Fernando Calazans: “Diego Cavaliere foi o nome do campeonato em sua área e Fred foi o nome do campeonato na área do adversário”. Esses dois destaques receberam valiosas ajudas de Wellington Nem, Jean, Gum, Deco e, na beira do campo, do treinador Abel Braga que, além dos aspectos técnico e tático, foi muito importante na união e na harmonia da equipe. Entre os destaques está Wellington Nem, um atacante de apenas 20 anos e já titular absoluto, vindo das divisões de base que o clube está priorizando em Xerém. Não como titulares, também vieram da divisão de base e participaram desta vitoriosa campanha os atacantes Marcos Júnior e Samuel, o zagueiro Digão e o lateral Wallace, que acaba de ser negociado para o Chelsea, da Inglaterra, por R$ 14 milhões.
O que muitos concordam é que esses dois últimos títulos nacionais (2010-2012) em três anos não seriam possíveis sem aquela arrancada de 2009 para livrar-se do rebaixamento, do qual o Fluminense tinha apenas 2% de chance de escapar, segundo o matemático Tristão Garcia. Não houve troféu, mas aquela campanha foi como vencer um campeonato e nenhum time conseguiu imitá-la até hoje. Ali nascia o “Time de Guerreiros” cuja arrancada naquela ocasião move o Fluminense até hoje. Esta marca continua acesa na mente da torcida que, a poucas rodadas da conquista do tetra, exibia faixas nas arquibancadas onde se lia: “ENQUANTO MUITOS CHORAM OS GUERREIROS LUTAM”.