Em dois anos e quatro meses de trabalho, salpicado por jogos amistosos, o técnico Mano Menezes teve um início difícil, mas ultimamente estava acertando o time. Justamente no momento em que seu trabalho começava a colher frutos, com a seleção adquirindo corpo e fisionomia, eis que Mano Menezes foi demitido pela cúpula da CBF. Era o melhor momento do técnico. A seleção começava a assimilar a sua filosofia: mais posse de bola, troca de passes, postura avançada e, dependendo da escalação, parecia ter se livrado da presença obrigatória de um centroavante fixo, mas que, por outro lado, não precisa ser banido da seleção. A simples existência de alternativa dava ao time versatilidade, com opções para o treinador, dependendo das circunstâncias.
A gota d’água para a saída de Mano foi a derrota na final das Olimpíadas diante do México, mas a demissão não foi executada imediatamente para não parecer um castigo severo por um resultado pontual. A medalha de ouro poderia ter salvo Mano, mas a derrota só confirmou a impressão da dupla que comanda a CBF (Marin e Del Nero) de que ele não era o homem ideal para a Copa de 2014. Foi nesse clima que a dupla Marin e Del Nero anunciou uma outra dupla para dirigir a seleção: o pentacampeão (2002) Luiz Felipe Scolari como novo técnico e o tetracampeão (1994) Carlos Alberto Parreira, para o cargo de coordenador técnico da seleção brasileira, logo chamados de Batman e Robin.
O meio campo que Mano vinha escalando nos últimos jogos parece ideal: Paulinho, Ramires, Oscar e Kaká. Quando Felipão falou em convocar veteranos para contrabalançar a juventude da equipe, uma indagação é inevitável: quais seriam esses “coroas”? Parece que uma barbada é Ronaldinho Gaúcho, cujo retorno já vinha sendo cobrado pelo próprio presidente da CBF, José Maria Marin. Além de Ronaldinho, quem seria útil na Copa de 2014? Kaká foi reintegrado por Mano. Robinho pode ser lembrado e até merece fazer parte do grupo. E aí os nomes de Fred e Luiz Fabiano podem preencher a cota de jogadores experientes. No dia 15 de junho, começa a primeira competição oficial, a Copa das Confederações, que servirá de teste para a Copa do Mundo de 2014. Segundo Felipão, a seleção terminará a Copa das Confederações com 90% do time definido para o Mundial, um ano depois.