Aconteceu no Quebra-Mar, tradicional “point” de Santos, a 85 km de São Paulo, mas poderia ter acontecido em Itaúna, aqui em Saquarema. Tão inusitado que foi noticia de jornal: “Parafina”, o vira-lata surfista.
Desde sempre soubera-se sem estirpe, mas um cachorro charmoso, romântico, livre e arrojado. Sempre quisera adrenalina e muitas emoções na sua vida. Só não poderia imaginar que há três anos, ao fugir do barulho dos fogos do “réveillon”, iria se esconder exatamente na escolinha de surfe de Picuruta Salazar, mais de 40 anos de surfe e 150 títulos na carreira: um dos principais nomes do esporte no Brasil. Resultado: foi adotado pelo surfista.
Há cerca de um ano, Picuruta resolveu colocá-lo numa prancha para ensiná-lo a surfar. E para sua surpresa, o vira-lata não queria mais de lá descer… Hoje, por incrível que pareça, já surfa sozinho e virou estrela do surfe do litoral paulista.
De dia, mora na escolinha e à noite dorme num quiosque de cocos. Tem a vida que pediu a Deus. Em reportagem de Marcelo Justo para a “Folha de São Paulo”, de 29/12/2012, Picureta revela: “Ele gosta mesmo é da liberdade que tem aqui. Vem, come a ração, bebe água e fica nos esperando pra surfar”…
“Parafina” ficou tão popular na praia que “teve que implantar um micro-chip com seus dados, além da coleira identificada para que todos saibam que tem dono e está bem de cuidado”, informa seu dono. E conclui: “A idéia do chip veio depois que uma mulher foi vista tentando colocar uma coleira para levá-lo da praia”.
Não seria surpresa, se em próximos campeonatos de surfe em Itaúna, “Parafina” pudesse participar como “hors concours”…