O chamado período de defeso é um tempo que os pescadores dão sem pescar, acompanhados de perto pela fiscalização do IBAMA, Batalhão Florestal e Guardas Ambientais, para que a lagoa se recupere dos excessos cometidos contra a natureza ao longo do ano. É o caso da pesca com malha inferior ao permitido, que na prática acaba com os pequenos filhotes de camarões, ainda em idade de crescimento e que futuramente vão afetar a pesca, levando ao risco de desaparecimento da espécie.
Em Saquarema foi declarado período de defeso em 2007, 2008 e 2009, quando os pescadores cadastrados na Colônia Z-24, proibidos de pescar, obtiveram o direito de ressarcimento no valor de 1 salário mínimo, para sua sobrevivência. Depois, o defeso foi interrompido, por não estar correspondendo ao período necessário na região e sim obdecendo parâmetros do Rio Grande do Sul, relativos à Lagoa dos Patos. Em 2011, uma pesquisa científica foi feita na lagoa e detectou a necessidade de 2 períodos de defeso em Saquarema, um para o camarão e outro para os peixes, o que dificultaria muito a fiscalização.
Agora, em reunião realizada na Colônia de Pescadores Z-24, ficou aprovado o novo período de defeso, que será de 15 de abril a 15 de julho, contemplando camarões e peixes. Participaram da reunião o superintendente federal de Pesca e Aquicultura no Estado do Rio de Janeiro, Antonio Emilio, os representantes do IBAMA Lisia Vanacor e Daniel Cabral, Paulo Sérgio, da Fiperj, o secretário municipal de agricultura e pesca, Wellington, o vereador Matheus da Colônia, Maria Paula do Ministério da Pesca e Aquicultura, o coordenador da Câmara Técnica de Pesca do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João, Chico Pescador, e Pedro de Souza, presidente da Colônia Z-24, entre outras lideranças pesqueiras da região como Nadrijane, presidente da Colônia de Pescadores de Araruama, Magaly, subsecretária de Agricultura e Pesca de Iguaba e Tiago, recém-eleito presidente da nova Colônia de Pescadores de Iguaba, Alexandre, de Cabo Frio, e pescadores de outros municípios, como São Pedro da Aldeia.
Participaram também pescadores de Saquarema, Barreira, Jaconé, Barra Nova, e outras localidades. No final, foi apresentado um filme com o trabalho de reflorestamento do mangue que está sendo feito pelo pescador Pial em Mombaça. Em seguida, a artesã Doris Duarte apresentou uma grande variedade de artesanato feito com escamas de peixe, que podem ser alternativa de renda para famílias de pescadores, a partir da reciclagem de um material que normalmente é descartado na pesca.
A Colônia de Pesca realizou também, em abril, uma assembleia para atualização das carteiras dos pescadores, conforme as normas do Ministério da Pesca, quando também foi discutida a importância da Barra Franca e a fiscalização da pesca. Segundo Carine, do departamento de pesca, foram eleitas duas comissões. A Comissão de Pesca do Mar, com 3 membros: Marcelo Lopes da Silva, Marcelo de Nazareth e Marlon Campos. A Comissão de Pesca da Lagoa, com 2 membros: Ruberval de Souza e Orlando Cunha.