Na segunda metade da década de 50, não me recordo precisamente do dia, mês e ano, acompanhado por meu pai, entrei na Padaria Natal, no centro da Vila, mais conhecida como a padaria de Darcy, o Bravo, dono da padaria e pesquisador da história de Saquarema, e antes de dizer que queríamos uma dúzia daquela deliciosa broa de milho, com o leve sabor de erva-doce, Darcy recebeu meu pai com uma pilha de papel sobre o balcão e uma cobrança desafiadora: “Casimiro, Saquarema não comemora a data de sua emancipação com festa, solenidade, missa e desfile cívico-escolar. Olha só, já temos o brazão do município regulamentado em detalhes por lei específica, mas ninguém sabe onde está o desenho com sua representação gráfica. Ainda é preciso uma lei criando a bandeira do município e outra oficializando o hino municipal de Saquarema, que já tem letra e música, de autoria de José Bandeira, faltando registrar a melodia em partituras para a banda de música tocar. Eu estou falando com você, Casimiro, porque você e Dona Nair são muito bons para articular essas coisas”.
Dito e feito! Casimiro empolgou-se, topou a ideia, arregaçou as mangas e viabilizou tudo rapidamente. Com uma cópia da lei que detalhava o conteúdo do brazão do município, Casimiro acionou um amigo desenhista, artefinalista e conhecedor dos princípios básicos que regem a heráldica (arte e ciência dos brazões e bandeiras), chamado Ayrton Sá Rego, para fazer um novo original para o brazão que estava sumido, além de uma proposta para a bandeira do município, que acabou sendo aprovada pela Câmara de Vereadores, através da Resolução nº 5/62, em 11 de maio de 1962, e sancionada pelo então prefeito Hélio Bernardino de Mattos. Como bom músico instrumental, tocador de piston e flauta, conhecedor de teoria musical, filho do maestro Francisco Vignoli, Casimiro resolveu escrever as partituras com a melodia do hino que se tornou oficial pela Resolução nº 13/65, sancionada em 27 de julho de 1965, pelo então prefeito Gentil Manoel Mendonça. Paralelamente, Casimiro Vignoli e sua incansável esposa, Nair Vignoli, agilizavam a construção da sede própria do então Ginásio Professor Alfredo Coutinho por eles fundado, que acabara de formar, em 1962, a primeira turma de ginasianos e Saquarema. Até o clima era favorável para quem, como o casal Casimiro e Nair, envolvia-se animadamente com a ideia de um desfile cívico-escolar pelas ruas de Saquarema, no 8 de maio.
Foi tudo muito rápido até a realização de um grande sonho de dois ilustres saquaremenses, Casimiro Vignoli e Darcy Bravo: comemorar com festa, foguetório, solenidades, missa e desfile cívico-escolar a data da emancipação político-administrativa da terra natal.
Oi Silenio,
Obrigado por manter a historia destes grandes pioneiros de noosa cidade. Que bom reviver grandes e bons momentos de nossa cidade. Que saudade de dona Nair e Seu Casemiro.
Fico muito feliz que voce esta resgatando a memoria destes grandes Saquaremenses.
Um grande Abraco e muito sucesso.
Ciro
Querido Silenio.
Quantas saudades,que orgulho ter estado parte de minha vida com esses dois monstros da esperanca da dignidade e de tantas realizacoes. Ufa!!!!! O PEITO DOI !!!
Grande abraco da leila de Blumenau que ama Saquarema e jamais esquecera CASIMIRO E NAIRZINHA ….
Parabéns Silenio. É uma honra ter conhecido pessoas maravilhosas como os seus pais.