Não há como segurar a candidatura do governador Eduardo Campos (PSB), Pernambuco, à sucessão da presidente Dilma Rousseff. Refletindo principalmente sobre as críticas ao governo federal feitas por Campos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já considera difícil evitar o lançamento da pré-candidatura do governador pernambucano. Lula esquece, sem medo de parecer redundante, que as candidaturas de Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (sem partido) e Eduardo Campos, na realidade, já estão escancaradas, principalmente quando os dois primeiros citam problemas enfrentados pela administração do governo federal.
Na verdade, Lula está promovendo enterros definitivos de cadáveres que ainda não ressuscitaram, se pautando exclusivamente pelo que viu no programa nacional do PSB na televisão. Não é só Lula que considera a candidatura de Campos irreversível. As principais estrelas do PT também têm esse pensamento, interpretando as declarações de que o “PSB é quem dará o passo adiante de que o país precisa” como um sinal claro de rompimento com a base aliada do governo.
Na opinião das lideranças tucanas, se o PSB for retirado dos ministérios fica evidente que o PT está com medo não só da pré-candidatura de Marina, como também a dos socialistas. Esse questionamento é do jogo político, pré-eleitoral, apesar de estarmos muito longe de se discutir sobre candidaturas presidenciais. O presidente nacional do PSB considera sua melhor opção, ser candidato e disso não abre mão. E reservou o direito de não seguir os conselhos de Lula, de que era arriscado disputar as eleições presidenciais. Campos desconfiou do conselho, pois partia daquele que escolheu Dilma para comandar o país por mais 4 anos.
Ao tentar convencer Campos a não ser candidato, Lula entende que o PT, que detém o poder das máquinas administrativas e políticas, não deve dar chance para que novas lideranças assumam o lugar das velhas raposas, mostrando que pode fazer apostas na vitória de Dilma. Já Campos evidencia que não tem medo e nem preconceito em relação ao PT. Apenas quer ser candidato e considera fundamental que não haja necessidade do PSB responder com sorriso amarelo, pois o eleitor vai saber em quem está votando.
O ex-presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, acabou de entregar o bastão do partido a Aécio Neves. E afirma que o objetivo é tornar Aécio “mais conhecido em todo o Brasil”, e que o tucano deve fazer o que Campos vem fazendo, mostrando que quer participar da disputa eleitoral. E, com otimismo, considera difícil Dilma enfrentar Aécio no sudeste e Campos no nordeste. E Marina?