Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciaram novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica (2011 a 2012). A taxa anual de desflorestamento, medida nos estados brasileiros, foi a maior dos últimos 3 anos, desde 2008, apontando perda de milhares de hectares das vegetações de restinga e mangue.
A Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado do Brasil, desde o descobrimento, em 1500, restando apenas 8,5% da sua área original que cobria a maior parte do litoral brasileiro. O Rio de Janeiro, estado que já liderou a lista dos maiores devastadores em análises anteriores, registrou nos últimos anos menores índices de desflorestamento. Em 2010 e 2011, foram desflorestados 92 hectares. O estado tem se destacado na conservação da Mata Atlântica, com a criação de várias unidades de conservação, inclusive RPPNs (Reservas Particulares de Patrimônio Natural).
Silva Jardim é o município do Rio de Janeiro com maior número de RPPNs. Saquarema tem apenas uma RPPN, do cantor Nei Matogrosso, em Sampaio Corrêa, e acaba de criar mais uma unidade de conservação, abrangendo a Serra do Mato Grosso e a Lagoa de Jaconé. O maior desmatamento da vegetação de restinga foi em São João da Barra, resultante da implantação do Porto do Açu. Mas teve compensações: o Parque Estadual da Lagoa do Açu e a RPPN Fazenda Caruara.
O monitoramento periódico dos remanescentes florestais é vital para iniciativas de preservação. Estas informações também colaboram para o cumprimento da Lei da Mata Atlântica, nº 11.428, que prevê a conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do bioma. O Atlas dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados do Bioma Mata Atlântica é uma referência desde 1990, quando começou o mapeamento. Com as tecnologias atuais, o trabalho vem sendo aprimorado e todas as informações podem ser facilmente acessadas no site:
www.sosma.org.br.