Uma coisa é a depredação, a invasão ao prédio histórico da Assembleia Legislativa, outra é as manifestações de protesto contra o aumento das passagens dos ônibus. Estranho que no meio dessas manifestações estavam menores, sem teto, misturados com os universitários, que pediam que não houvesse vandalismo.
Quem acompanhou o noticiário sobre os protestos em vários estados nos últimos dias, deve ter entendido pouco.
Mas o que se tem, por enquanto, é uma inequívoca disposição à ideia que começa a ser alvo de ataques aos políticos, que simbolizam os alvos das manifestações.
É um recado aos políticos aos partidos. Não resta duvida que a denúncia representativa esteja em cheque. Eles perderam a confiança. A sociedade não se sente representada pelos partidos políticos. A classe política vai ter que pensar a maneira de como agir. A partir desses protestos não podemos deixar de criticar o vandalismo aos prédios, como a depredação no histórico da Alerj.
Os políticos devem estar perplexos pelas manifestações. Eles foram proibidos de participarem, como também as bandeiras partidárias.
À sociedade restavam indignações diante de procedimentos de alguns manifestantes que se infiltraram sem ser chamados e começaram a depredar os prédios públicos, as agências bancárias…
Não se trata aqui de defender o protesto pacífico pelo aumento das passagens de ônibus, mas de uma constatação que deixou clara, da necessidade de que os políticos devem procurar uma resposta, com urgência.
O Rio sempre foi a caixa de ressonância das manifestações pacificas. Está ai em nossa memória, a passeata das Diretas Já, sem vandalismo, sem depredação. Uma passeata que tinha uma ala comandada pelo deputado Ulysses Guimarães.
Defendemos o direito ao protesto pacífico, a proteção à sociedade, aos manifestantes, as passeatas, aos prédios públicos, mas somos contra o vandalismo.
Na verdade, a pauta não é mais o aumento das tarifas dos ônibus. A pauta é a necessidade de uma resposta da classe política, dos parlamentares.
Oxalá essa gente esteja falando sobre isso, entendendo que a sociedade cansou do estilo na condução das relações políticas em vigor.