Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil vem caindo no ranking e no topo das economias mais competitivas do mundo, ocupando agora o 51° lugar. A economia brasileira teve o preocupante crescimento de apenas 0,6% no primeiro trimestre, um Pibinho, muito abaixo das previsões. A indústria, por sua vez, decepcionou com um retrocesso de 0,3%, os investimentos não decolaram e o consumo das famílias deu novo sinal de desacelaração com a inflação e a escorchante carga tributária corroendo o poder aquisitivo dos trabalhadores. O Pibinho brasileiro foi notícia em todo o mundo e a agência de classificação de risco Standard e Poor´s (S&P) pôs em xeque a credibilidade do Brasil, ao anunciar o rebaixamento da perspectiva da dívida do país de estável para negativa, devido à inflação, à gastança e ao pífio crescimento. É a primeira vez que isso acontece desde 2002, quando a expectativa de vitória de Lula para presidente provocou turbulência no mercado.
Na última campanha presidencial, o país foi conclamado pela candidata vitoriosa, Dilma Rousseff, a escolher entre “o Brasil que dava errado e o Brasil que está dando certo”. Transcorridos pouco mais de 30 meses, o principal problema do eleito em 2010 passou a ser evitar que se propague no eleitorado a percepção de que o Brasil não está dando certo. A inflação já está até prejudicando a popularidade da presidente, que caiu de 65% para 57% pela última pesquisa Datafolha, mostrando que tem potencial para atrapalhar os planos de reeleição de Dilma, caso não seja controlada. No pronunciamento pelo Dia do Trabalho, em cadeia de rádio e televisão, a presidente Dilma afirmara que o combate à inflação é “uma preocupação imutável, permanente” do governo. Antes do 1° de maio, Dilma criticava, chamando de pessimistas todos aqueles que sugeriam atenção para a perigosa trajetória que estavam tomando os índices de preços. Dilma custou muito a reconhecer que a inflação estava se tornando uma de suas principais adversárias na eleição do ano que vem. E só agora, então, o tema entrou para o cardápio da política. Inclusive no da oposição.
Até agora, o governo está gastando como se não houvesse inflação. No total, o orçamento para custeio de toda a engrenagem federal chega, acredite, a R$ 377,6 bilhões, mais do que o PIB do Peru e mais que o dobro da verba usada no Bolsa Família. A inchada máquina do governo Dilma Roussef tem tantos ministros que não há, sequer, espaço para todos na Esplanada dos Ministérios. Parte dessa inchada estrutura teve que ser espalhada por outros prédios de Brasília, uma cidade fundada há apenas 53 anos e planejada para receber todo governo. O recorde de 39 ministérios, batido recentemente com a criação do que vai tratar da Micro e Pequena Empresa, custa R$ 58 bilhões ao país. A propósito, dizem que Dilma já foi alertada para não criar o 40° ministério, pois assim evitaria que algum maledicente relembrasse a piada de Ali Babá.