Com a palavra de ordem de menos gastos com estádios de futebol e mais investimentos em transporte, saúde e educação, jovens ocuparam ruas, praças e ponte em manifestações
O protesto que mobilizou todo o país ganhou o apoio de saquaremenses que decidiram ir às ruas, reivindicando basicamente melhorias no transporte público – menor preço, mais horários, novas linhas e melhor qualidade dos ônibus. Quase todos estudantes, os manifestantes se reuniram inicialmente em duas ocasiões: numa passeata de 2.500 pessoas, em Bacaxá, que culminou com um ato em frente à sede da empresa Rio Lagos, no Porto da Roça e, na semana seguinte, numa manifestação de cerca de 300 pessoas que se concentraram na Praça Antenor de Oliveira (Praça do Canhão), no centro de Saquarema, e rumou em passeata até a Câmara Municipal, onde em protesto cantaram o Hino Nacional de costas para os vereadores. Depois, seguiram para a ponte Darcy Bravo, onde se sentaram, fechando o trânsito, por cerca de meia hora.
Na Câmara Municipal, uma comissão de manifestantes foi recebida pelos vereadores, que constituíram uma Comissão Especial para tratar do assunto: transporte em Saquarema. Os vereadores pediram um prazo de no máximo 40 dias para dar uma resposta aos manifestantes. Presidida pelo vereador Gilvan Martinelli, tendo como membros os vereadores Guilherme Pitiquinho e Abraão da Mel Gil, a comissão encaminhou ofícios à empresa de transporte e foi anunciada a redução de 5 centavos no preço da passagem, que agora custa R$ 2,60.
Mais 2 atos ocorreram no município, quando manifestantes se reuniram novamente na Praça Santo Antônio, em Bacaxá, fechando a Rua Professor Sousa por aproximadamente 20 minutos, seguindo em direção a Rodovia Amaral Peixoto e retornando à praça Santo Antônio. No dia 2 de julho, os manifestantes voltaram à Câmara, desta vez sem apitos, sem faixas e sem caras pintadas; apenas para assistir à sessão. Segundo a Polícia Militar, que reforçou seu efetivo, todos os atos foram pacíficos.