Tarde cinzenta de chuva miudinha. Feliz de quem pode ficar em casa, aconchegadinho ou então fazendo boa leitura ou vendo um bom DVD… E foi assim que passei um dia que tinha tudo para ser comum, sem graça, e que afinal foi feliz, graças ao que selecionei para ele, adaptando-me às suas circunstâncias…
Revi “O Grande Ditador” com Charles Chaplin, feito em 1940, quando a Alemanha impunha-se na Europa. Foi um dos primeiros filmes a retratar a barbárie nazista. Com humor, fina sensibilidade e genialidade, Chaplin satiriza Hitler e ridiculariza os autoritarismos. Uma verdadeira obra de arte. E as verdadeiras obras de arte sobrepõem-se ao tempo e não perdem a atualidade.
O discurso final, quando o barbeiro judeu, confundido com o ditador, profere sua mensagem de fraternidade, surpreende, emociona e emocionará a todas as gerações em todos os cantos da Terra. Confiram este trecho daquele discurso universal e imorredouro. Aliás, parece até mais necessário e apropriado aos dias atuais do que aos dias daquela época. Confiram:
“(…)Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.”