Retorno ao tema FELICIDADE. A Literatura e a Filosofia podem nos ajudar a viver melhor. Na POESIA, a abalizada palavra de CECÍLIA MEIRELES: “És precária e veloz, Felicidade. / Custas a vir, e, quando vens, não te demoras. / Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo, / e, para te medir, se inventaram as horas. “Na PROSA, lembramos PROUST: “A felicidade é salutar para o corpo, mas só a dor enrijece o espírito.” ; ERICO VERISSIMO: “Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.” ; e GILBERTO AMADO: “Felicidade é sinônimo de tranquilidade. Ser feliz é ser tranquilo”. Aliás, os gregos já tinham a palavra “euthymia”, para significar a “tranquilidade da alma’.
Já agora, passando para a FILOSOFIA, que tem como missão essencial “tornar viável a busca da felicidade”, eis alguns filósofos e seus ensinamentos úteis (e incrivelmente atuais) para que possamos alcançar a sonhada FELICIDADE.
a) O imperador e filósofo romano MARCO AURÉLIO, baseando-se em DEMÓCRITO (“Ocupe-se de pouco para ser feliz”), acrescentou que “devemos evitar não apenas os gestos inúteis mas também os pensamentos desnecessários” e recomendou “o exercício de conduzir a mente, quando agitada, para pensamentos aquietadores.” Finalidade: o controle da mente, tão em voga nos dias de hoje…
b) Outro ponto essencial sugerido pelos filósofos para a vida feliz consiste em “Aceitar os tropeços. Até porque são inevitáveis.” ZENÃO (330 a.C. – 264 a.C.) e discípulos.
c) “Aceitar as coisas como são”: eis um ponto essencial para a vida feliz, de acordo com todas as escolas filosóficas. Sobre isso tratou com profundidade EPITETO (55 d. C. – 135 d. C.). “Revoltar-se contra os fatos não altera os fatos” (EPITETO) “Não se deve pedir que os acontecimentos ocorram como você quer, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim sua vida será feliz” (EPITETO). Séculos mais tarde, DESCARTES (1596 – 1650) escreveria: “É mais fácil mudar seus desejos do que mudar a ordem do mundo.”
O espaço acabou, mas não o tema, que merece continuar a ser abordado na próxima vez. Não é mesmo?
O Jornal de Saquarema