Na segunda metade da década de 50, Darcy Bravo, pioneiro no resgate da memória do município, recebeu meu pai, na saudosa Padaria Natal, com uma pilha de papel sobre o balcão e a cobrança desafiadora: “Casimiro, Saquarema não comemora sua emancipação político-administrativa, ocorrida em 8 de maio de 1841, com festa, foguetório, solenidade, missa e desfile cívico-escolar. Eu estou falando com você, Casimiro, porque você e Dona Nair, sua esposa, são as pessoas talhadas para articular esses tipos de coisas.” Dito e feito! Casimiro empolgou-se, topou a ideia, arregaçou as mangas e foi logo viabilizando tudo rápida e simultaneamente.
E, assim, em 10 de julho de 1957, o salão do então Hotel Invicto, no Centro da cidade, ficou pequeno para a grande quantidade de pessoas da comunidade que foi recepcionar a caravana comandada pelo inesquecível Felipe Thiago Gomes, fundador da Campanha Nacional de Educandários Gratuitos, posteriormente, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), e participar da assembleia de criação do Setor Municipal da referida entidade educacional, tendo à frente o casal Casimiro e Nair Vignoli responsável pelo encaminhamento da fundação do Ginásio Professor Alfredo Coutinho, mais tarde transformado em Colégio Cenecista Professor Alfredo Coutinho. Sobre a escolha do patrono que deu o nome do colégio, Casimiro Vignoli justificou: Trata-se de um saquaremense, nascido na localidade de Palmital, professor de português e autor de uma conceituada gramática que, por 30 anos, desde o início do século XX, foi adotada, praticamente, em todas as escolas públicas e particulares do Brasil.
Ao mesmo tempo em agilizavam a construção da sede própria do colégio em terreno de 3 mil metros quadrados, doado pelo Dr. José Cláudio Bocaiuva Bulcão, Casimiro Vignoli e sua incansável esposa, Nair Vignoli, conseguiram também viabilizar o projeto para a comemoração do 8 de maio, data da emancipação político-administrativa de Saquarema, com a realização em 1960, do primeiro desfile cívico-escolar pelas ruas do Centro da sede do município, puxado pelo então Ginásio Professor Alfredo Coutinho. A partir daí, Saquarema passou a ter o seu brasão, a sua bandeira e o seu hino. Casimiro acionou um desenhista conhecedor dos princípios básicos que regem a heráldica que foram aprovados por resolução da Câmara. Conhecedor de teoria musical, filho do maestro Francisco Vignoli, Casimiro escreveu as partituras para a execução do Hino do Município, com letra e música de José Bandeira.
Além do desfile, as comemorações foram só crescendo com o hasteamento de bandeiras e canto de hinos, missa, sessão solene da Câmara de Vereadores, shows e queima de fogos. Interrompida nos últimos anos, a presença do Colégio Cenecista Professor Alfredo Coutinho, no desfile cívico-escolar do 8 de maio, será retomada este ano pela gestão recém-iniciada da diretora Cláudia Ruas, quando os alunos vão estrear um novo uniforme, desfilando acompanhados pela banda de música do Colégio Cenecista Felipe Thiago Gomes.