Desde que Gutenberg inventou a impressão, no século 15, houve uma revolução no mundo, a partir da multiplicação da informação. Gráfico alemão, inventou a prensa móvel por volta de 1439, o que permitiu a produção em massa de livros e jornais, abrindo um novo horizonte para o período moderno, a Renascença, a Reforma e a Revolução Científica e Industrial, lançando as bases para a disseminação da aprendizagem. Depois de Gutenberg, nunca mais o mundo foi o mesmo. Como também nunca mais o mundo foi o mesmo depois da informática, dos computadores, da internet, abrindo ainda mais a era do conhecimento. Porém, entre a descoberta de um e outro marco da civilização, há séculos de evolução, passando conhecimento de geração em geração, até os dias de hoje.
Desde a edição da primeira Bíblia de Gutenberg até os modernos processos de comunicação através da interntet tudo mudou. Neste largo período histórico, surgiram novas mídias. O mundo viveu o surgimento do telégrafo, do telefone, da fotografia, do cinema, do rádio, do telex, da televisão, do fax, dos celulares, dos computadores. Mas todas as mídias continuam complementares e evolutivas! Assim, apesar das previsões em contrário, a pintura não acabou depois do advento da fotografia, como preconizavam alguns, o cinema não extinguiu o teatro, nem desapareceram os livros e jornais. Ao contrário, a cada nova mídia que surge, as mídias anteriores continuam suas trajetórias específicas, cada uma a seu sabor, com seu destino…
O papel dos jornais é determinante na civilização moderna, desde o século 15. No final do século 20, alguns teóricos apressadamente imaginaram que, com o surgimento da internet os jornais impressos iriam acabar, o que não aconteceu. Ao contrário, pesquisas recentes demonstram que os jornais impressos nunca foram tão lidos como atualmente, no século 21. Até as empresas jornalísticas que pararam de produzir jornais impressos – e passaram a publicar jornais apenas na internet – hoje estão revendo suas estratégias e muitas já anunciam o retorno às publicações impressas, aos jornais e revistas vendidos nas bancas de jornais, pontos tradicionais de difusão de conhecimento.
Uma pesquisa feita pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, publicada há cerca de um mês nos jornais O Globo e O Dia, revelou que os jornais impressos continuam sendo a mídia de maior credibilidade no Brasil e no mundo, sendo assim insubstituíveis. De nada adianta ter um programa de TV ou uma propaganda num “outdoor” (propaganda de rua), se o mesmo conteúdo não for impresso nos jornais, porque são os jornais que gozam de credibilidade junto ao público, informando, formando e transformando opiniões. Não é à toa que o slogan do Sistema S, da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) é justamente este: formar, informar e transformar! A opinião pública não se forma, nem informa, nem transforma, com placas de rua, que não foram feitos para formar, informar e transformar ninguém! São apenas lembretes – rápidos, instantâneos e passageiros – que não fixam conteúdos. É mídia de muita visibilidade e pouca eficácia. Coisa, como diziam antigamente, para “inglês ver”…