As sessões da Câmara Municipal têm sido palco de uma batalha entre a maioria dos vereadores, que apoiam o governo da prefeita Franciane, e a minoria representada pelo vereador Chico Peres, irmão do ex-prefeito Peres, que não esconde o desejo de ser candidato mais uma vez à Prefeitura de Saquarema. Nesta guerra, vale tudo! Até o questionamento do papel da mídia, se pode ou não um jornalista fotografar no plenário, o que gerou protesto dos vereadores adeptos da liberdade de imprensa, em defesa do repórter fotográfico Edimilson Soares, do jornal O Saquá.
Nestes dias quentes, foi feito um pedido de exclusão do presidente da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final, vereador Chico Peres, acusado pelo Ministério Público, de ter assinado junto com outros a doação de terrenos indevidamente. Assim, Chico Peres foi afastado da Comissão que presidia e depois reintegrado pelo presidente da Câmara, Romacat Azeredo. Mas, como acontece nas novelas, as sessões têm altos e baixos, que a cada dia tornam mais emocionantes as noites de terças e quintas, na Câmara. Terça-feira, dia 16 de junho, o líder do governo, vereador Paulo Renato, ancorado no Artigo 63 do Regimento Interno, requereu através de recurso que fosse submetido ao plenário a decisão unilateral do presidente da Câmara Romacart, solicitando o afastamento definitivo do vereador Chico Peres da Comissão.
O nervo
exposto
nas sessões
da Câmara
O requerimento do líder do governo Paulo Renato foi lido e votado, tornando definitivo o afastamento do vereador Chico Peres da Comissão. Com sua larga experiência de vários mandatos, Paulo Renato fez uma jogada de mestre, solicitando a votação em plenário do afastamento de Chico Peres que, segundo sua interpretação, não poderia ter sido julgado apenas pelo presidente da Câmara, e sim por todos os vereadores presentes numa sessão. Pronto! Foi o suficiente para o plenário ganhar um clima de barata vôa! Um zum-zum-zum circulou pelas cadeiras, desde o fundo perto da porta do banheiro até a entrada, onde se concentra o público, advogados, servidores, jornalistas, professores, profissionais liberais, motoristas, pedreiros, estudantes, guardas municipais, curiosos, fofoqueiros e cabos eleitorais.
Na tribuna, vereadores se revezaram nos ataques a Chico Peres que se defendeu como podia. Segundo Paulo Renato, os pecados de Chico e seu irmão Peres são graves e serão punidos. Neste sentido, o passo decisivo foi dado, na sessão do dia 16, em que Chico perdeu pela segunda vez seu cargo de presidente de uma das mais poderosas Comissões Parlamentares da Câmara. Composta pelos vereadores Pitiquinho e Kilinho, a Comissão foi recomposta na sessão seguinte, com o presidente Romacart anunciando a integração do vereador Matheus da Colônia e Pitiquinho na presidência desta Comissão que vai escrever as próximas cenas que irão ao ar nas futuras sessões da Câmara, que podem levar a um verdadeiro ataque de nervos. Aguardem os próximos capítulos.