O ex-deputado do PTB Afonso Celso Nogueira Monteiro, 93 anos, pai da saquaremense Maria Lucia Vignoli, faleceu no Hospital das Clínicas, em Niterói. Casado em primeiras núpcias com Amélia Vignoli, prima do jornalista Silênio Vignoli, Afonso Celso foi cassado pela ditadura em 1964 e foi o único sobrevivente da Fazenda 31 de Março, um centro de tortura, mantido pelo DOI-CODI, um dos principais órgãos de repressão na época, que funcionava no bairro de Pinheiros, em São Paulo, na década de 1970.
Sepultado no cemitério do Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, Afonsinho foi enterrado com as marcas de queimaduras nas pernas e braços, produzidas pelos por choques elétricos e pau-de-arara a que foi submetido quando esteve preso em São Paulo. No sepultamento, foi homenageado pelos ex-deputados Marcelo Cerqueira e Pereira Pinto, pela secretária municipal do Governo de Niterói, Maria Célia, representando o prefeito Rodrigo Neves, e pelo jornalista Continentino Porto, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPERJ).
Em depoimento na Comissão da Verdade, Afonsinho declarou que jamais se envolveu na luta armada, tendo sido preso na Assembleia Legislativa do antigo Estado do Rio, por fazer discursos nas escadarias para os operários, no dia 1° de abril de 1964. Posteriormente foi preso na Av. Brigadeiro, em São Paulo. Foi solto graças ao pronunciamento do senador Saturnino Braga no Senado, denunciando sua prisão e torturas, em São Paulo.
O Jornal de Saquarema