Desde que saiu do governo há 5 anos, Lula permanece num papel de ex-presidente insatisfeito com a perda do poder. E, assim, desde o início da campanha da reeleição de Dilma, Lula manobra para indicar os responsáveis pela condução da política econômica do país. O movimento de Lula e do PT para derrubar o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não reflete nada mais além da luta desencadeada por um ex-presidente contra a sua própria aposentadoria e pela sustentação do seu novo papel como tutor de sua sucessora. Dessa forma, Lula só contribui, isto sim, para aumentar a confusão no atual cenário político e econômico já bastante desordenado.
O que se constata é que, no momento, não importa quem esteja no Ministério da Fazenda, porque estará fadado a enfrentar dificuldades não só com a presidente, mas também com seu antecessor, com o PT e até com a rebeldia interesseira dos partidos aliados no Congresso. Infelizmente, esse comportamento conspiratório do ex-presidente Lula e do PT só tem uma consequência previsível: mais e maiores prejuízos ao país. A articulação de Lula e do PT contra o ex-ministro da Fazenda aumenta a margem de risco do fragilizado e impopular governo de Dilma Rousseff que recebeu, em 2011, um país com economia subterraneamente corroída nos fundamentos, mas camuflada por uma dinâmica de múltiplos incentivos ao consumo, orçamento generoso na partilha de recursos do Tesouro e uma extraordinária carteira de investimentos subsidiados pelo Estado, sobretudo através do BNDES – da fabricação de automóveis ao projeto de construção, simultânea, de 5 refinarias de petróleo.
Outro desafio
é a rebeldia
interesseira
dos aliados
A crise fiscal que explodiu no bolso de 200 milhões de brasileiros foi fabricada por Lula. Ao potencializar esta herança deficitária, inclusive na campanha da reeleição, Dilma fez muito petista, agora, adotar um discurso de oposição, dizendo que o país está ingovernável. Um deles reconheceu que a presidente Dilma entregou os pontos e está sem condições de governar. E comparou: “Sabe aquele lutador de boxe que está nocauteado, mas permanece em pé?” A presidente Dilma continua se submetendo à tutela do ex-presidente Lula. No finalzinho de 2015, ela até ameaçou resistir à fritura do ex-ministro Joaquim Levy, mas acabou cedendo e concordando com o que Lula dizia, acusando-o de ter esgotado o prazo de validade. Até agora, tudo que Lula e o PT sugeriram foi tentado e sempre terminando muito mal. Uma taxa de inflação acima de 10% resume bem o fracasso de Lula, Dilma e o PT. Já Levy, que não serviu para o lulopetismo, vai bem, obrigado. Logo após deixar o ministério, Levy foi anunciado como diretor financeiro do Banco Mundial, em Washington. Anteriormente, Levy já havia trabalhado no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).