Em janeiro, o preço das hortaliças aumentou 7,8%, acumulando um total de 22,9% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. Também, em uma semana, houve o absurdo aumento da vagem de R$ 4,90 para 14,90. Uma dona de casa me disse que precisou reduzir a compra de verduras porque itens como o alho, também caríssimo, não pode ser cortado. E acrescentou: “já imaginou um feijão sem alho?” O tomate subiu 27% só em janeiro e a cebola 22%. Os alimentos subiram 2,28%, na maior alta registrada em janeiro, desde o início do Plano Real. Com isso, a inflação superou as previsões e o IPCA avançou 1,27%, pior resultado para o mês de janeiro em 13 anos. E o acumulado atingiu 10,71%. Alguns analistas achavam, a exemplo do que sempre acontece em ano de eleição municipal, como é 2016, que não haveria aumento forte nas tarifas de transporte municipal. Mas eles estavam redondamente enganados: houve sim e o item transportes foi o segundo que mais subiu.
Este ano, os cofres do governo federal, dos estados e dos municípios estão vazios e a tendência será a de aumentar impostos, taxas e tarifas que estão sob o controle do setor público. Vão querer aumentar a arrecadação que está caindo por causa da recessão. Isto só vai alimentar ainda mais a inflação. Por exemplo, o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 12 estados do país vai forçar uma redução dos descontos oferecidos no preço final dos remédios no varejo para o consumidor. A maior alta do ICMS para os remédios vai ser a do Estado do Rio, cuja alíquota já é a maior (19%) e vai para 20%.
Crescimento do
país em 2016
deve ser o 2º
menor do mundo
Após um ano de expressiva desaceleração econômica, o Brasil deve enfrentar um cenário não muito diferente em 2016. As previsões mais otimistas indicam que a economia brasileira pode vir a ser a segunda pior do mundo em 2016, com queda de até 2,5% no PIB (Produto Interno Bruto), ficando à frente apenas da Venezuela que, estimam, deve encolher 3,3%: Não é pessimismo não. É realismo. Enxergar algum cenário positivo é enganar o povo. A gente foi regredindo. São de 20 a 30 anos de retrocesso” – frisa Ítalo Abucater, da corretora Icap. Para o economista, enquanto não houver um ajuste fiscal decente, o país terá de ir se adaptando a este quadro recessivo de agora. Enquanto a presidente Dilma e seu novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, redigem um documento sobre a política econômica pós-Levy, o PT se apressou em preparar um documento próprio com propostas de mudança de rumo para longe de qualquer ajuste fiscal. O documento renovará a aposta no fracassado “novo marco macroeconômico”. Confirma a conhecida síndrome lulopetista, segundo a qual um modelo errado precisa ser repetido tantas vezes quantas forem necessárias até que, enfim, funcione.