Ele foi prefeito de Saquarema, nos anos mais difíceis da democracia brasileira, tendo sido perseguido pelo Gole de 1964, por ser membro do PTB, o partido dos trabalhistas cujo líder, Getúlio Vargas, se suicidou em 1954. Em 1964, o então presidente João Goulart foi obrigado a deixar o país pelas forças militares e civis, apoiados pelo governo dos Estados Unidos que colocou um porta-avião ameaçador nos mares brasileiros. A repercussão deste ato, em Saquarema, foi brutal. A família de Hélio Matos foi perseguida até em sua casa, na fazenda do Rio Mole, onde a então esposa Leda da Silveira morava com seu 5 filhos.
Hélio Bernardino de Matos é de uma família tradicional do Terceiro Distrito, Sampaio Corrêa. Fazendeiro de profissão, foi um líder político carismático. Com temperamento forte, era temido e respeitado pelos demais políticos na época e pela população. Anos depois de ter sido prefeito de Saquarema, viu seu cunhado Carlos Campos, irmão de Leda, ser eleito prefeito também e, mais tarde, reeleito para um segundo mandato que não chegou a cumprir totalmente, devido a problemas de saúde, vindo a falecer.
Hélio Matos morava em Bacaxá, na Rua Pereira, onde vivia com a esposa e uma filha. A sua filha mais velha, a primogênita Hélia, é a primeira fisioterapeuta formada no município, hoje com consultório na Avenida Saquarema. O irmão mais novo de Hélio, o empresário Jayle Matos é portanto o último representante desta geração da família. Com um velório discreto em uma igreja, por vontade própria, pois não queria ser velado na Câmara Municipal, como seria justo, Hélio Matos foi enterrado no cemitério de Sampaio Corrêa.
O Jornal de Saquarema