Uma mudança radical em Bacaxá está em andamento, desde que se iniciaram as obras de urbanização e melhoramentos, em julho de 2014, englobando o centro comercial do segundo distrito de Saquarema, desde a Rua Professor Francisco Fonseca, que desce da Rodovia Amaral Peixoto, até a Praça Santo Antônio, passando pelo Terminal Rodoviário, Avenida Saquarema e pelas ruas Beatriz Amaral, Segisfredo Bravo, Beijo Amorim e Professor Souza. A obra na rua Professor Souza, que desemboca em uma Academia de Ginástica ao ar livre, já acabou, deixando como legado um calçadão para os pedestres e um estacionamento público para automóveis. Porém, esta regra que beneficia a maioria da população – que não tem carro – desagrada muitos comerciantes que gostam de estacionar em frente às lojas.
É um conforto que está sendo questionado por vários lojistas da Rua Professor Francisco Fonseca, maior centro comercial da cidade, onde cerca de 30% das vagas para estacionamento foram extintas, em benefício dos pedestres e principalmente dos cadeirantes e portadores de deficiência. É o caso da aposentada Maria Catarina, 65 anos, que testou a nova calçada e deu nota 10 para as obras na Rua Professor Francisco Fonseca.
Ordenamento
“Antes eu tinha que disputar espaço com os carros na rua, correndo perigo”, explica Catarina, que também é diabética e sempre vai a Bacaxá, buscando os melhores preços nas farmácias e supermercados.
Comerciantes locais também têm reclamado das obras e do trânsito que vive engarrafado. “É um quebra-quebra danado. Toda hora estão abrindo buraco”, reclama um comerciante do ramo de alimentação que prefere não se identificar.
Para o secretário municipal de obras, Anderson Martins, as queixas são compreensíveis, mas em breve a população vai ter todas as ruas liberadas, com a finalização das obras, inclusive da Praça de Santo Antônio, que em frente à igreja já ganhou até um larguinho e algumas vagas para carros.
“É uma questão de ordenamento. Nós estamos padronizando as ruas e dando dignidade para as pessoas andarem nas calçadas”, explica o arquiteto, afirmando também que as ruas não ficaram mais estreitas, como andaram dizendo, e continuam com os 7 metros de largura, onde cabem duas pistas para dois carros. “A única que era mais estreita é a Segisfredo Bravo”, diz Anderson.
O momento mais difícil da obra foi durante as chuvas que alagaram a Professor Francisco Fonseca, que chegou a invadir algumas lojas, como nunca tinha ocorrido antes. Mas, segundo o secretário, o motivo não foram as obras e sim um estreitamento feito por um lojista ao colocar manilhas pequenas para a demanda de um córrego que existe no subsolo.
Ousadia
“Tivemos que retirar as manilhas”, explica Anderson, reconhecendo também que alguns problemas na execução da obra estão sendo contornados e imprecisões estão sendo refeitas. A obra que custará aos cofres públicos 19 milhões, prevê um centro sem sinal de trânsito e mudanças consideráveis, como a desapropriação de um pedaço do terreno de uma casa em frente à Estrada da Barreira, ao lado da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, para abrir espaço para os pedestres e o trânsito.
Já a Praça Santo Antônio está sendo completamente modificada, para abrigar 1 parquinho infantil, 1 pequeno anfiteatro, 1 fonte “seca” – que não junta água mas refresca – e 1 quiosque para funcionar como ponto de informação, com 1 vigia. É a obra que está mais irritando os transeuntes, porque é um transtorno não saber onde atravessar a rua, os carros ficam engarrafados, impedidos de circular livremente, enquanto são construídas as travessias de pedestres e se encerram as obras da praça.
“É uma obra ousada”, reconhece o jovem Anderson, especialista em arquitetura ambiental. “Nenhum governo teve a ousadia de fazer uma intervenção tão significativa como esta”, complementa. As críticas que vem sofrendo, principalmente dos comerciantes da Rua Professor Francisco Fonseca, contesta com dados.
“O calçadão da Rua Professor Souza ganhou vagas; antes tinha 30 e hoje são 68”, diz ele. “Se querem mais estacionamento é preciso construir, estacionamentos públicos ou privados, nos terrenos que ainda restam no centro”, considera o secretário. “Cabe à Prefeitura dar subsídios para a construção de estacionamentos, como acontece em outras cidades”.
Lei da acessibilidade
Mais de 30 leis foram revogadas para dar lugar a uma única Lei de Diretrizes para a Acessibilidade. De autoria dos deputados Samuel Malafaia (DEM), Dionísio Lins (PP) e do deputado licenciado – hoje secretário estadual de desenvolvimento social – Paulo Melo (PMDB) a nova Lei 7329/16 foi sancionada pelo governador em exercício Francisco Dornelles. Segundo pesquisas, as pessoas com deficiência física, auditiva, visual e/ou intelectual representam quase 30% da população fluminense. O objetivo da lei é a inclusão social da pessoa com deficiência em todas as iniciativas governamentais, inclusive mobilidade urbana.
Bom dia, esta ótima essa mudança, mas acho que deveríamos ter um banheiro público, grato.