Eu sigo vou vivendo… vou / mas sinto estou morrendo… estou / a vida não é isso, não… / sei que não, que não… / Em cada rosto vejo medo… / Em cada olhar, desconfiança… /Em cada ser, desesperança… / Nos corações, só dor… / Procura-se o sorriso!… / Implora-se beleza!… / Resgata-se a emoção… / De ser e viver… / E isso cabe a nós querer… / E isso cabe a nós fazer… / A hora é de resolver: / morrer… morrer… / Ou viver!… //
Versos que escrevi para uma antiga canção. Infelizmente, tão atuais quanto no momento em que foram feitos… Eles foram musicados pelo saudoso maestro Orlando Silveira – maestro dos grandes Festivais de Música, no Maracanãzinho, e autor do arranjo de “Cantiga por Luciana”, cantada por Evinha, que embalou e enterneceu o Brasil, no longínquo 1969… O arranjo musical foi eleito o melhor do Festival, a música, a vencedora nas partes nacional e internacional, e Evinha foi considerada a melhor intérprete daquela maratona musical inesquecível.
Eram tempos difíceis, ditatoriais, tristes… Mas me pergunto se o tempo de agora – democrático, com liberdade, mas com onze milhões de desempregados, “escândalos em série” que parecem não ter fim, violência desenfreada, economia descontrolada (que nos trazem amargura e levam a alegria de viver) – seriam mais alentadores que os tempos de então.
Vivemos outra época, é certo. Progredimos. Evoluímos. Mas… Continua-se a procurar o sorriso nas fisionomias, hoje tristes e preocupadas com o dia de amanhã. O tempo passou e continua-se a implorar a beleza da dignidade daqueles que nos representam e representarão mais adiante; que têm e terão a responsabilidade de serem os mensageiros dos sonhos e esperança de milhões de brasileiros para que o País seja, definitivamente melhor. É a nossa esperança. A esperança de que não esteja longe o dia do sorriso voltar a florescer de norte a sul, de leste a oeste, nos nossos rostos!…