Uma candidatura é coisa séria. Por isso nunca aceitei ser candidata, mesmo quando era presidente do Movimento de Mulheres do PDT e me foi oferecida uma oportunidade. Naquela época eu também acumulava o cargo de diretora do Museu Carmen Miranda e meu secretário estadual de Cultura, o professor Edmundo Moniz, queria me lançar como a candidata da cultura. Não aceitei! Quando vim morar em Saquarema, há mais de 20 anos, como líder comunitária de Barra Nova, me foi sugerida novamente uma candidatura, que recusei, mais uma vez.
Agora foi diferente. Conhecendo o candidato majoritário Pitico, desde quando eu ainda era uma jovem jornalista, julgadora do desfile oficial das escolas de samba, que tinha que deixar minha filha na casa da minha prima Leila Miranda, em Saquarema, para poder trabalhar. Pitico era uma criança, um pré-adolescente, e ajudava a sua mãe, Dona Cenira, junto com seu irmão Serginho, a limpar terrenos nas casas dos veranistas no Boqueirão. Era um menino esperto. Anos depois nos encontramos na Câmara Municipal de Saquarema, eu já morando em Barra Nova, convidada por seu irmão Serginho da Pipa para ser assessora de imprensa da Câmara, ganhando um parco salário mínimo. Era pouquíssimo, mas era melhor que nada! Depois nos reencontramos novamente na Câmara Municipal, ele como vereador e, posteriormente como secretário municipal de Saquarema.
Em seguida, Pitico foi para o gabinete do então presidente da ALERJ (Assembléia Legislativa), o deputado Paulo Melo, onde nos encontramos algumas vezes, no Rio. Sempre fiel a seu grupo político, Pitico foi o candidato natural da família 15 (PMDB) nesta eleição municipal. Custo a aceitar que Pitico perdeu uma eleição que estava praticamente ganha! Pitico foi traído! Além disso, não pode usufruir os frutos benéficos de um bom governo municipal, porque simplesmente as ações governamentais não foram divulgadas como deveriam. Se fossem bem divulgadas, nem precisaríamos fazer campanha… como ocorreu com o prefeito de Salvador ACM Neto, com uma estrondosa votação, e outros em todo o Brasil. Vacilamos.