O jornal O Globo publicou uma reportagem, dia 13 de novembro, reveladora do resultado da eleição, no que se refere às prefeitas eleitas no Rio de Janeiro. É surpreendente que num estado onde as mulheres são 52,3% da população, somente 8 mulheres tenham sido eleitas prefeitas, sendo que 6 delas são mulheres de ex-prefeitos impedidos de concorrer à eleição. Segundo o jornal, os ex-prefeitos foram condenados na Justiça, por “mau uso de dinheiro público” e/ou abusaram do poder político e econômico. Em 3 casos as prefeitas substituíram seus maridos na última hora “porque seus maridos tiveram as candidaturas indeferidas ou renunciaram”, diz O Globo.
A primeira citada na reportagem é Manoela (PTN), prefeita eleita em Saquarema, mulher do ex-prefeito Peres. Manoela foi lançada “após o marido ter a candidatura barrada pelo TRE-RJ, devido a uma condenação do Tribunal de Contas (TCU)”. O crime de Peres foi o “superfaturamento na compra de ambulância, cujas investigações começaram na Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, em 2006”. Neste caso, o juiz eleitoral considerou o crime “irrecorrível”, fazendo com que o ex-prefeito desistisse de concorrer à eleição, explica o jornal. Os motes da campanha passaram a ser então: “Peres é Manoela e Manoela é Peres” e “Nada mudou. Agora é ela: Manoela Peres”, segundo um panfleto do PTN, distribuído às vésperas da eleição.
O mesmo ocorreu em Paracambi, onde o candidato Dr. Flávio foi cassado devido ao uso de cirurgias de laqueadura, com fins eleitorais. A solução foi abrir mão da candidatura e lançar sua mulher, Lucimar (PR), com o nome “Lucimar do Dr. Flávio”. Em Carapebus, Christiane (PP) foi eleita no lugar do marido, Eduardo Cordeiro, que renunciou após a perda de seus direitos políticos por 5 anos, devido a uma ação de improbidade administrativa. Segundo O Globo, em São Francisco de Itabapoana, Francimara (PSB) mulher de Frederico de Lemos, assumiu a campanha do marido que está inelegível até 2020; em Italva, Margareth substituiu o marido Joelson e, em Araruama, Lívia ficou no lugar de Chiquinho. Somente em São João da Barra e em Quissamã duas mulheres foram eleitas com identidade própria: Carla Machado e Fátima Pacheco. É surpreendente!