Não se sabe exatamente o nú- mero de servidores públicos e cidadãos saquaremenses que estão sendo perseguidos pela atual administração pública desde janeiro. Nas ruas, praças e esquinas, fala-se que são guardas municipais, professores, pessoal da saúde e outros que, por não terem votado na chapa vencedora nas últimas eleições, estão sofrendo agora perseguição de todo tipo. Dizem também que empresários já foram visitados por pessoas intimidadoras, representantes da atual gestão municipal, que vêm governando sob o manto da repressão, como nos tempos da ditadura.
O grupo político que se instalou no município, após ter vencido as eleições no ano passado, tem um estilo truculento de governar, sem ouvir parceiros, sem respeitar funcionários, sem a participação dos cidadãos. Várias ações refletem o grau de arbitrariedade que permeia o novo governo, em especial a prefeita e seu marido, o atual secretário municipal de governo, um político conhecido por seu temperamento vingativo. É dentro deste quadro que se situa a perseguição política ao servidor municipal Edimilson Soares, também repórter fotográfico do jornal O Saquá, que vem tentando conseguir uma licença médica há vários meses, férias vencidas e licença prêmio, sem nenhuma resposta por parte do governo.
Em dezembro, Edimilson começou a apresentar sintomas de uma doença para ele desconhecida. As unhas dos pés começaram a virar pó; pequenas feridas se abriram nas pernas; tonteiras; vista turva, escura, perda da visão; sensação de desmaio; cansaço extremo; falta de força nos braços; desânimo; irritação repentina; desconforto em geral… Estes e outros sintomas concretizaram o diagnóstico de diabetes descontrolada e assim se iniciou uma série de procedimentos clínicos, exames, tratamento com melhorias e recaídas. Alguns medicamentos serão para sempre na vida dele, como a vitamina para os olhos e um remédio de combate ao fungo dos pés, que terá que usar por pelo menos um ano.
Abalado com a situação e abatido por suas condições de saúde, Edimilson já havia passado o Natal e o Ano Novo de cama, em dezembro, sem energia para se levantar, devido ao alto grau de glicose no sangue. Foi quando começou o tratamento com esperança de se recuperar em breve, o que não ocorreu. Agora se sabe que é um tratamento contínuo, que requer uma adaptação e novas condições de vida. Como todo servidor público faz, solicitou de imediato férias e licenças prêmio, sem ter obtido resposta do Poder Público. E pediu em seguida licença médica, mas também não obteve resposta. Seus pedidos estão paralisados na Procuradoria, como um ato de sadismo. Seu caso está na mão da Justiça. Mas não é o único em Saquarema. Outros servidores também estão sem receber salários. É preciso uma auditoria para saber o que está acontecendo no âmbito do Poder Público, que vem governando como uma nuvem carregada, que pairou sobre o município, anunciando uma catástrofe. Vamos investigar.