Sim, 80 anos a querida e talentosa escritora completou no dia 3 de maio. Toda uma vida dedicada à Literatura. Premiadíssima, foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, e, quis o destino, estivesse na presidência da ABL, justamente no ano do seu 1º Centenário (1997).
“Não sou forte e nem poderosa”, assim ela abre o seu “Livro das Horas”, de 2012. “Tampouco estou na flor dos 20 anos”, complementa Nélida. E acrescenta: “Sempre que mencionam em tom de elegia de como era nos áureos anos, sorrio. Recordo, agradecida, uma trajetória intensa e ruborizo-me. A beleza, a esta altura, não me lisonjeia. Opto por ser a heroína das ideias e das ações que desenvolvi, em especial por me haver submetido ao que o corpo e a imaginação me ditaram”.
Ao longo da sua brilhante trajetória, Nélida tem espalhado beleza literária por sua vasta obra. Dela extraímos trechos que sensibilizam e haverão de sensibilizar os leitores, gerações e gerações, pela eternidade…”: “Tenho apetite de almas.” // “Sou um conjunto sensível que arfa na cadência da brisa.” // “Sou sensível diante dos gestos de flor.” // “Ah, como quero minha sensibilidade treinada, disposta a evitar desperdícios.” // “Pedi a Deus um amigo, e veio você.” // “Só a arte se opõe à mediocridade.” // “O amor de toda espécie não se abandona.” // “Abranda o tom, o momento requer sussurro.” // “Tudo rápido demais transgride as regras.” // Sobre Lygia Fagundes Telles: “Tem visível no rosto a rara marca da grandeza.” // “O tempo arfa indiferente aos meus desejos.” // “Quem perde é porque não soube ganhar.” // …”não se pode acorrentar os que desfrutam de uma liberdade encantatória, ou os que se dedicam a uma ardência localizada no centro da vida”… // “A desordem é o imperativo do amor.” // “O mundo da beleza é simples.”
E aqui ficaria, infinitamente, inebriada, a transcrever as belas palavras de Nélida, que fazem dela uma escritora rara, singular, única, e tornam a vida, sem sombra de dúvida, muito, muito mais bonita!