Em Paraty, de 28 a 30 de agosto de 2017, participamos do V ECOB – Encontro Estadual dos Comitês de Bacia Hidrográficas do Rio de Janeiro. Foi o melhor entre os ECOBs dos quais participamos pelos conteúdos e participantes das mesas, inclusive com a presença de mulheres, mas, ainda assim, assistimos o jovem saquaremense Marley Brasil ser aplaudido pela luta em defesa da vez e voz da sociedade civil e, em especial da juventude. Ele cobrou o Encontro Setorial da Sociedade Civil. E foi enfático lembrando compromisso assumido desde 2015, em Friburgo, e não cumprido em Campos e Paraty. Marley integra o Projeto Núcleo de Educação Ambiental da Região da Bacia de Campos (NEA-BC), que acontece em 13 municípios dessa região e tem como principais objetivos promover a participação social na construção de políticas públicas, construir e disseminar conhecimentos para a transformação social e fortalecer a organização comunitária para o exercício do controle social. Por suas colocações, também nossas, para repensar o modelo de encontro, percebemos o desenvolvimento coletivo e a consciência política do grupo.
No final, consultamos a possibilidade de voltar junto com o grupo do NEA-BC, numa van, para Saquarema e fomos acolhidas com o maior carinho. Assim, nos deslocamos para a pousada onde o grupo estava e vivenciamos uma atividade de encerramento maravilhosa, na qual nos integramos – eu e a jornalista Dulce Tupy, tudo compartilhado e dividido igualmente para realizar a ação planejada. Augusto assumiu o churrasco, Marley a farofa; Margarida, Sueli, Fernanda, Romina, Letícia, Gabriela, Mª Amélia, Marcelo, Mª Eduarda, Victoria, Lívia, Júlia e Orlando partiram para uma ampla produção culinária – o arroz, a salada mista, a maionese, a água, os sucos maravilhosos de maracujá com gengibre e de abacaxi com hortelã, com e sem açúcar em respeito aos diabéticos do grupo. A ceia foi maravilhosa! Um momento de solidariedade e profunda vivência humana – todas e todos na construção coletiva de uma ação – momento de prazer inenarrável. Então, assumi as fotos e fiquei, como professora, feliz por ver que é possível a relação humana de diferentes gerações, pois no NEA-BC há, junto com a juventude, também mulheres e homens de diferentes idades que, na atividade, tinham uma energia contagiante; de repente éramos todas e todos jovens sem diferenças que nos afastassem.
No dia seguinte, tudo estava arrumado pelo grupo, para alegria e surpresa do vigia da pousada. É a prova de que um trabalho dessa natureza vale a pena e precisa ser multiplicado. Voltamos na estrada conversando, dormindo, acordando, parando para almoçar, criando o contato virtual “Paraty”e, até o Marcelo, motorista, estava integrado ao grupo e, assim como nós, era parte dele. Aprendemos muito no ECOB sobre temas ligados às bacias hidrográficas mas, muito mais, aprendemos no convívio com a juventude e a melhor idade do NEA-BC. Obrigada pela oportunidade!