Os jornais andam tão embrutecidos… A vida tão violenta, que chego a me questionar: vida sem poesia seria vida?… Por outro lado, a poesia está em tudo… Basta podermos fixar o nosso olhar para percebê-la… Afinal, “vida e poesia são a mesma coisa”, escreveu Quintana, esse inesquecível poeta da arte de escrever simples e profundamente. Seus versos estão ao alcance do menos ao mais letrado. Têm a magia de transpassar a caixa torácica e alcançar o coração dos que se dispõem a lê-los: “Haverá ainda no mundo, coisas tão simples e tão puras como água bebida na concha das mãos? / “Não é possível amizade quando dois silêncios não combinam.” / “Uma alma sem mistério nem seria alma… Da mesma forma que um Deus compreensível não seria Deus.” / “Aquela andorinha que vai sumindo cada vez mais longe – será mesmo uma andorinha? Ou a minha saudade que eu te mando?” / “Os anjos não dão de ombro, não; quando querem mostrar indiferença, os anjos dão de asas.”
A poesia de Quintana embeleza a vida e nos torna mais leves… Assim como ouvi, no rádio do carro, numa bela manhã, estes versos também simples e maravilhosamente, ao alcance do entendimento de qualquer pessoa… “Se todos fossem iguais a você / que maravilha viver… (Vinicius de Moraes) e “As flores na janela sorriam, cantavam, por causa de você”… / “Somos a vida, o sonho, nós somos o amor!… (Dolores Duran)
Pois é, assim, sinto que Khalil Gibran estava certo. Para ele, “a simplicidade é o último degrau da sabedoria”… Sim, a simplicidade é uma conquista; a simplicidade é o apogeu!…