Não há como escapar: se quisermos nos desenvolver espiritualmente, o PERDÃO haverá de estar em nossas trajetórias. Seja qual for a religião que professemos. O tema tem me levado a muita reflexão. Sobretudo, porque, já me deparei com pessoas bondosas e solidárias, e que, no entanto, me revelaram que eram incapazes de perdoar. Será o perdão, além da nossa vontade de perdoar, uma graça a ser alcançada? De que dependeria o perdão para que pudesse acontecer? Escutei de meu mestre TARCÍSIO PADILHA, ex-presidente da ABL, que “perdoar é liquefazer a mágoa.” Assim, se mágoa ainda houver, o perdão não terá ocorrido na sua plenitude. Alguns dizem que perdoar é esquecer. Não me parece que seja, pois a memória nada tem a ver com o perdão. Busquei na Literatura e na Poesia, explicações sobre ele. E encontrei trechos belíssimos. Vejam: para SHILLER, “a mais alta das vitórias é o perdão.” Já MACHADO DE ASSIS escreveu: “Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão.” E SHAKESPEARE, “Nada encoraja tanto ao pecador como o perdão.” E ainda SHAKESPEARE: “Difícil não é pedir perdão, difícil é ser perdoado.” Para GANDHI, “o fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte.” FRANCIS BACON lembra-nos: “A vingança nos torna igual ao inimigo; o perdão nos torna superiores a ele.” E VOLTAIRE solicita: “Ama a verdade mas perdoa o erro.” Para VINICIUS DE MORAES, “quem não pede perdão não é nunca perdoado.” E CRISTO, na oração que nos ensinou, incluiu: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” E indagado por São Pedro sobre quantas vezes deveria perdoar, o Mestre respondeu: “Setenta vezes sete”…
Assim, seja como for, “o perdão é duas vezes bendito: a quem dá e a quem o recebe”, lembra o conhecido brocardo. E quem perdoa alcança e doa a PAZ. PAZ que todos necessitamos para tornar melhor a vida neste Planeta.