Enfim, acabou o ano de 2018 e estamos a pleno vapor vivenciando o ano de 2019. Ano de emoções fortes; ano de Ogum que, segundo a liturgia da umbanda e do candomblé, religiões brasileiras de matriz africana, é o orixá da guerra, materializado na liturgia católica como São Jorge, o Santo Guerreiro. Segundo a numerologia, 2019 será um ano para se expandir os horizontes. Para a astrologia, será um ano de luta, Ano de Marte, em busca por equilíbrio. E o Tarot indica que temos que ter muita sabedoria para mudar o que é preciso neste ano.
Já no Horóscopo Chinês, que data do ano 200 A.C. (antes de Cristo), o ano de 2019 vai se iniciar em 5 de fevereiro e terminar em 24 de janeiro de 2020. De acordo com esta ciência milenar, este será o ano do Porco, alegre e intuitivo, que vai exigir ações com rigor mas tendo a sabedoria de recuar quando preciso. Primeiro ano do mandato de 4 anos do presidente Bolsonaro e do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, 2019 será com certeza um ano de muitas mudanças, para o bem e para o mal.
Será um ano difícil, com o país em crise, com um salário mínimo – de menos de mil reais – que não cobre as despesas de um único membro da família, que dirá de uma família toda, com crianças e idosos, enquanto os membros do Judiciário e do Legislativo ganham salários aviltantes, diante da pobreza no Brasil. Isto sem falar nos altos salários de alguns cargos no Executivo e, por que não dizer, nas Forças Armadas… Neste chão cheio de injustiças, corremos o risco de um retrocesso em relação a várias conquistas preconizadas pela constituição, desde os direitos das populações indígenas até os direitos da mulher, contra a qual a violência neste início de ano tem chamado a atenção de todos e todas. É o feminicídio correndo solto – matar a mulher simplesmente por ser mulher…
ANDAR COM FÉ
Também na área ambiental, estamos fadados a assistir graves injustiças, visto que o setor está praticamente no colo do agronegócio, tradicionalmente sedento de lucros, apenas lucros. O meio ambiente está acima dos lucros, acima de tudo, para usar uma expressão em voga. E quanto a nossa política externa, tem tudo agora para ser um desastre anunciado, incluindo a ruptura com cânones construídos desde o Barão do Rio Branco. É, será no mínimo um ano polêmico.
Por isso fico sob a guarda de Deus, Jesus e o Espírito Santo e do meu São Jorge querido, neste ano em que teremos que abater um dragão por dia. Como diz a mãe Dolores de Xangô, o poderoso Xangô, orixá da Justiça: não vai ser um ano fácil, mas de muito trabalho. O bom será o reconhecimento depois, quando chegarem os dias de paz. ‘‘Sossego, o que eu quero é sossego’’, cantava o batalhador Tim Maia, inspirado cantor e compositor sempre disposto a ir à luta, mas que também sabia curtir os momentos de paz. ‘‘A paz, invadiu o meu coração’’, cantou o mestre Gilberto Gil, esse grande guerreiro, um batalhador incansável cuja obra é um manancial de ensinamentos. ‘‘Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar’’… Feliz Ano Novo.